FILHA DE ÉVORA!
Chora a lusa poetisa suas dores
Cingida em laços do desengano
Cruel lhe foi o destino desumano
Quis o amor e colheu desamores.
Sonhou a vida bela sem pudores
No viver febril do ardor alentejano
Mágoas ferinas no triste cotidiano
Expulsaram os sonhos aos açores.
Fez o retrato da entrega sem matiz
Nas ânsias dos enleios sem medida
Nutrida de desejos almejou ser feliz
Mas a nostalgia agiu severa e franca
Ao lhe tomar o doce gosto pela vida
Decretou morte a Florbela Espanca.
Lázaro Piunti -
*Florbela Espanca – poetisa lusitana - *1894 + 1930.