Quem passa pela vida e desconhece
a força que o conduz na caminhada,
não pensa que o que pede em cada prece
venha, talvez, na mão que lhe é ofertada.
Chegaste, amigo, a oferecer carinho,
quando a angústia cruel me torturava.
Um a um, removendo cada espinho,
que o sadismo da vida me legava.
a ti guiou-me a busca de um afeto
a amenizar a dor de uma agonia
que perturbava a paz de um pobre teto
que, sacudido, sobre mim ruía!
E chegaste trazendo essa ternura
que acreditei de mim ninguém roubasse.
Embora a vida, numa noite escura,
meu sonho em pesadelo transformasse!
Uma vez mais... a morte, com desplante,
roubou de mim o amor... E com espanto
hoje abraço esta dor... que me garante:
- Que eu nem sabia... que te amava tanto!