São Paulo que és sinônimo de glória,
de luta, de trabalho e de valor;
que em ouro escreves páginas da História,
com ímpeto de audaz desbravador...
São Paulo laborioso, que congregas
os músculos potentes do operário,
o vigor do intelecto e, nas refregas,
o dinamismo, o esforço voluntário...
São Paulo que manténs, tão viva e ardente,
a pira do Ideal de Trinta e Dois;
que abres portas a irmãos e a toda gente,
sem indagar o que farão depois:
Contempla, agora, a tumba dos teus filhos
Imolados no altar da lealdade!
No bronze, que a reveste, correm trilhos
de lágrimas de dor e de saudade!
Se desse sangue que empapou a terra,
se dessas lágrimas que mães choraram,
se do Idealismo que esse feito encerra,
não brotassem os frutos que brotaram...
Se os corpos que rolaram nas trincheiras
ampliando a legião dos mutilados;
se os heróis de Buri, Túnel, Pedreira
tivessem sido em vão sacrificados...
Ah, então, meu São Paulo abafarias
teu grito no torpor da indiferença!
À surdina do tempo entregarias
teus ecos, teu roteiro, tua crença!
Quatro límpidos séculos refletem
a pureza e honradez dos teus intentos!
Os anais pátrios com rigor repetem
a lisura inegável dos eventos!
Luta, pois, meu São Paulo, sem cansaços,
pelos direitos do teu rumo certo!
Poderoso Titã, abre os teus braços
a enfrentar o futuro, peito aberto!
Sempre a ajudar a quem merece ajuda,
desde as Bandeiras, abres teu caminho.
Filho leal que à Pátria Mãe escuda,
irás em frente e não irás sozinho!