Frances de Azevedo - Junho/2023
O que é vento?!
Sabe-se que é formado pela deslocação do ar e da pressão atmosférica. O ar (atmosfera), por sua vez, é primordial para a vida em nosso planeta. A renovação do ar se dá por sua constante movimentação formando ventos que vão desde uma suave Brisa: são os ventos que sopram do mar para o continente durante o dia fazendo o caminho inverso à noite, passando pelas conhecidas Monções: a estação chuvosa do continente asiático, onde o vento sopra do mar para o continente e no sentido inverso na época da seca; Temos os Ventos Alísios: são ventos úmidos que sopram dos polos e dos trópicos em direção à Linha do Equador, provocando chuva; Os Ventos Contra-Alísios: fazem o caminho inverso; Ciclones: ventos circulares que provocam tempestades tropicais/subtropicais; Tufão: sua formação assemelha-se a um furacão, excetuando sua localização, pois ocorrem na Ásia, junto à Linha do Equador, no Oceano Pacífico; Furacão: também formado por ventos circulares, porém com velocidade maior que a do Ciclone e são mais frequentes na costa leste dos Estados Unidos e no mar do Caribe; Tornado: que é formado por redemoinhos - como já tivemos a ocasião de ver em filmes americanos e reportagens - podendo chegar a 10 km de diâmetro e a atingir 490 km por hora, arrastando tudo quanto está na sua rota, como carros, animais...Ocorrem no centro-oeste dos EUA, centro-sul da América do Sul e sudeste e leste asiático.
Tais são os tipos de ventos que não são exatamente o tópico deste artigo, porquanto minha ideia primária fulcra-se nos títulos: O Morro dos Ventos Uivantes – único romance da escritora britânica Emily Brontë - O Vento Levou – filme dirigido por Victor Fleming - e no romance brasileiro O Tempo e o Vento de Érico Veríssimo.
É interessante, para dizer o mínimo, o nascimento de uma ideia, não é mesmo?!
Assim, num instante, do nada, como se costuma dizer, a semente da criação começa a tomar corpo. Então uma força irresistível nos leva a ir adiante e colocar em prática aquele pensamento.
Para mim, a palavra vento tem conotação poética, excluídas suas derivações mais contundentes como colocadas acima...
Assim, quem não se delicia, se encanta com a suave brisa do amanhecer e do entardecer, onde brisa é a fala mansa, poética do vento.
A palavra brisa, na minha opinião, carrega em si a própria poesia, de tal sorte que, algumas vezes, em concursos literários, utilizei-a como pseudônimo ...
Quantos escritores/vates incluíram em suas obras a palavra vento e seus derivados?!
Muitos. Muitos. Muitos e até eu, certamente.
Interessante que os sinônimos se multiplicam, tais como: aragem, bafejo, frescor, golfada, lufada, ventania, ventilação, zéfiro, bafo, sopro...
Há um quê de magia na dança transparente, envolvente desse fantasma que chega num repente e nos abraça dos pés à cabeça, sussurrando palavras incompreensíveis, trazendo e levando lembranças que atravessam mar, terra, cruzando campinas e montanhas; percorrendo planícies e desertos, levantando grãos de poeira e areia, formando dunas semoventes.
Mistério/magia: dualidade que advém desde os tempos da mitologia grega com o casal de titãs (Eos e Astreu) que gerou os quatro ventos, seus filhos: Zéfiro, Bóreas, Notus e Eurus.
Magia que me encanta, acompanha desde menina quando, aos domingos, ia, com minhas irmãs e irmão, brincar num jardim que me traz doce saudade e onde o amigo vento sempre lá estava à nossa espera sem pedir nada...
Hoje, quando ele passa e sussurra no meu ouvido, certamente consigo escutar tudo o que tem para me dizer. Então paro, ouço e agradeço por ter sempre me feito companhia...
Há vários provérbios com a palavra vento: Árvore que enverga o vento não quebra (Provérbio africano); E Ele enviará os seus anjos e reunirá os seus eleitos dos quatro ventos, dos confins da terra até os confins do céu. (Marcos 13:27). Quando os ventos de mudança sopram, umas pessoas levantam barreiras, outras constroem moinhos de vento. (Érico Veríssimo).
Quanto aos títulos a que me referi acima, certamente carregam forte emoção, mormente após conhecê-los, de tal sorte que se nos apresentam como títulos de poesia. É o que sinto...
A S S I M, ao sabor do vento, findo com poesia de minha lavra:
Vento/Tempo
Vento/Tempo
Tempo/Vento
Vento ...Vento...Vento...
O vento vem e vai
Vai e vem...
Sempre igual
Tal e qual ...
O tempo vem e vai
Retorna diferente
É momento presente
Em nossas vidas...
Vento sem contratempo.
Frances de Azevedo - Cadeira 39 da ACL