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Algumas considerações da Acadêmica Raquel Naveira sobre o livro Trilogia do Perdão: Poesias de sua Confreira Frances de Azevedo.

(Em 19 de Maio de 2021, a Confreira Raquel Naveira (Raquel Maria Carvalho Naveira), Cadeira 07, Patrono: Castro Alves, da Academia Cristã de Letras, residente em Mato Grosso do Sul (MS), me escreveu poeticamente, após a leitura do meu livro Trilogia do Perdão: Poesias, publicado em 2020, durante a pandemia pelo Coronavírus. Suas palavras estão arquivadas na minha pasta virtual e, certamente, bem lá no fundo do meu coração! E Hoje, 22 de julho de 2023, após pouco mais de dois anos, num momento especial, resolvi publicar seu gentil comentário, eis que presente de tal magnitude deve ser compartilhado. Reitero, absoluto agradecimento à quem tenho a honra e o privilégio de ombrear neste amado sodalício! Frances de Azevedo. Cadeira 39. Patronesse: Madre Maria Teodora Voiron). -

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Querida Frances:
Recebi já há alguns dias o seu livro “Trilogia do Perdão Poesias e só hoje o li.

Quero primeiramente agradecer a linda e carinhosa dedicatória, onde você me chama de sua “professora”, de alguém que abre portas de percepção para seu fazer poético. Senti-me honrada com essas palavras. Você é também para mim uma pessoa que me inspira, incentiva e alegra.

Depois dos poemas mencionando produções minhas: “Paris...Paris...” (Ah! Quem me dera voltar a Paris!) e “Quarto de Artista” (No meu quarto interno, /Nas paredes, / Dependurados, / Os sonhos, os passos, / Descompassos, /A imaginação.../ Que alegria para mim esse nosso diálogo, verdadeiro encontro de almas!

O livro é suave, tem cor de primavera, sabiás e laranjeiras, passeios por terras distantes (Lisboa, Paris, África), saudades do passado e da infância, virtudes, sonhos e fantasias de uma mente povoada de sentimentos nobres.

Gosto muito de rimas, sempre as apreciarei em poesia. E você faz arranjos admiráveis e melancólicos de beleza como em: “A gola levantada/Do meu casaco lilás, /A paisagem transformada/De um tempo fugaz. ” Eu diria que é um livro lilás, como uma lâmpada lilás, como um céu lilás.

E sua religiosidade atinge a espiritualidade do amor, da paz, da esperança, da gratidão, do perdão, da reverência à terra, da filosofia cristã...

Filha dileta, as figuras de sua mãe, irmãs e família estão sempre presentes. A mãe é o encanto, a ternura, o aconchego, a companheira. É sempre mulher, Maria, flor: talvez Rosa, Hortência ou Lis. E seu pai, o homem compreensivo e contemplativo.

Além de São Paulo (“Salve! Salve! Salve! ”), Sorocaba é a cidade marcante e marcada pela sua poesia, pelo seu gosto por história.

Bonito ver como você é amiga e coleciona amigos. Como você os eterniza em seus poemas como “Resposta ao Amigo”, “Réquiem: Aluísio de Almeida”, ”Ode a Plínio Barreto” e “Celeste Primavera” para a cantora lírica Celeste Manzini, “Mensagem Póstuma: Dom Antonio Maria Mucciolo” arcebispo que pertenceu à nossa amada Academia Cristã de Letras), “Linda Menina” para a sobrinha Rhaisa, ”Inezita Barroso”, a cantora e folclorista, “Tributo a Michel Augusto Mikami (sargento que recebeu a medalha do Pacificador) ...

Aproveito seus versos “Quando eu fizer a viagem derradeira, / No coração de cada um / Deixarei bordado com debrum/Os versos que fiz a vida inteira! ”, para lhe dizer: Sim, você deixa e deixará um legado maravilhoso de poesia, valores sólidos e amizade.

Quanto poemas eivados de saudade: “Essa Flor”, “Equívoco”, “Partida”, “O Quadro de Minha Infância”, “À Espreita”, “Cisma”. Ouço o lamento de poeta “A saudade ronda minha porta. Quem se importa. ” Lindo! ...

Os poemas metapoéticos são busca de autoconhecimento: “Quando escrevo poesia eu penso/Ou melhor, navego num mar de luz. /Transcendo. ”

O tom de Frances é sempre o da prece: as natalinas, as dirigidas a um santo como São Francisco, a Jesus, a Adonai, ao infinito, ao Amor. O tom emocionado de quem é sempre ouvido e atendido.

Finalizo refletindo como é belo e necessário caminhar.

Transcrevo seus versos:

“Caminho assim, a minha vida,

Nesta espera tão dividida:

Flor do tempo na correnteza...”

Receba meu abraço afetuoso,

Raquel Naveira