Cada vez que, ainda que mecanicamente, arrancamos uma página da folhinha, sabemos que esse gesto significa mais um passo à frente.
Assim sendo, sabemos também ser hora de puxar o folego num apelo, talvez inconsciente, de ver renovada a cor das esperanças, embora sejam elas as mesmíssimas de todos os anos, já, quem sabe, desbotadas pelos inevitáveis desenganos.
Vai neste gesto a vontade de crer que o ontem, que virou agora, nos permitirá acreditar que o amanhã ainda existe. Que existe sim, embora a humanidade tudo faça para risca-lo do mapa astral, sem chances de sobrevivência.
Janeiro, com sua pressa, é o mês que atropela a gente, a nos dar provas de que a vida continua e a nos obrigar a pagar novo pedágio para a árdua caminhada ao correr do calendário. E os carnês de impostos pulam à frente, sacudindo os sentidos, ainda meio anestesiados pela magia das datas natalinas, impreteríveis, a garfar o folego do caminhante mais aguerrido.
Férias da criançada representam trabalhos dobrados para os pais responsáveis. Presságios, agourentos, da economia mostram que a poda de sonhos continua, ano após ano, mas, nem tudo caminha a passos chumbados. O povo brasileiro, apesar das forças negativas, avança na ciência, nas letras, nas artes, nos esportes e em tudo mais que se possa imaginar, como também, inversa e dolorosamente avança na corrupção e na criminalidade. E que Deus nos guarde e livre delas. Chega!
É preciso começar 2019 com o pé direito! Com a mão estendida para apertar outra mão e com a consciência liberta de nuvens, livre para acreditar que ainda é possível sonhar com a meta traçada, meta que, com a ajuda de Deus, há de ser alcançada um dia, se não por nós, pelo menos por nossos filhos, por nossos netos, ou, quem sabe, enfim, por nossos bisnetos.
Não importa quando, mas, lá chegaremos, sim!
E o primeiro grande passo é - que acreditemos nisto!