José Verdasca
Do grego e do latim: Poiësis e Poiëtikós
Enquanto criação, construção e ou manifestação artístico/literária oral ou escrita, materializada numa estrutura verbal, a poesia será sempre o belo e nobre fruto da arte poética, elevado modo de criar, interpretar, compor e ou transmitir - oralmente ou por escrito – criações, imaginações, sensações, emoções, sentimentos e ou sonhos do autor, compartilhando as suas visões, estados de alma ou anseios.
Para Fernando Pessoa: “A obra de arte consiste numa interpretação objetivada de uma impressão subjetiva”, e “A poesia é a emoção expressa em ritmo através do pensamento”; “O que especialmente distingue a poesia da prosa é a forma estética”.
A poesia – sob a forma de poema – é uma construção ou composição poética na qual existe enredo, paixão e ação. Enquanto criação da alma - ou do espírito – tem por caraterística marcante o fato de provocar a interação do enredo e ou contexto do poema, com a sensibilidade e emotividade do ouvinte, ou leitor. Como relação subjetiva, intelectual e ou sentimental, transmitir-lhe-á a elevação estética da poética.
A arte poética, que antes elaborava a poesia sob a forma de poema, criava e materializava a estrutura verbal de palavras e ou frases, dispondo-as segundo determinada ordem, subordinada a normas específicas, tais como o ritmo e a rima, alterou-se, sendo estas inexistentes no verso branco e na prosa poética, não isentos de um certo lirismo idealista e romântico.
Poética, poesia, poema, prosa e prosa poética, enquanto criações de arte literária, serão obras da inteligência abstrata e subjetiva, da capacidade de observação e de análise e da imaginação criadora do autor, quando transmite a ouvintes e leitores os nobres sentimentos e grandes emoções que o invadem, quando o poeta contempla o Belo, experimenta o êxtase da prática do Amor ou é profundamente tocado por algo superior.
Muito prestigiada na civilização greco-romana e nas cortes europeias da Idade Média, a poesia acabaria suplantada pela literatura moderna.
José Verdasca dos Santos, nascido em Portugal, é escritor, historiador, jornalista e poeta. Na Academia Cristã de Letras – ACL, ocupa a cadeira 36.
