Reinaldo Bressani
No universo da poesia, por onde e sobre o dorso dos ventos domados pelas auroras dos sonhos espargem perfumadas essências de amores, de emoções, de fantasias e embevecimentos que seduzem a todos e, quiçá, ao próprio silêncio dos mistérios engalanados pela suavidade mágica das vozes e da arte dos poetas, reluzem filamentos à messe das iluminuras que tanto nos enleiam.
E, para nosso gáudio e alegria, habitou entre nós, um dos mais talentosos desses mestres da arte de encantar as almas humanas.
E o fez magistralmente, com a ternura e o encanto do gorjeio de um uirapuru.
Sim, estou falando de Paulo Bomfim, um ser repleto de garbo, prodigalidade e luminescência, únicos.
Isto porque, ele, Paulo Bomfim foi, simplesmente, um mar de sonoridades emanadas da arte poética com a qual sempre nos envolveu a alma e o espírito.
Sonoridades que nos proporcionam sensações que continuam a nos arrebatar com o brilho da luz e da própria beleza que se repagina em seus versos e nos alteia à magia do sonhar.
Destarte, quando mergulhamos nesse mar de translúcidas águas, cristalinos efeitos nos enlevam e nos conduzem por céus de blandícias, onde floresce o jardim cultivado pelo nosso Príncipe dos Poetas que, inicialmente, plantou ali, sua semente de amor.
Semente que se transformou em árvore, depois, em celulose, em papel e, ao final, em livros. E, nos livros nascidos desse jardim, os frutos com os quais nos deliciamos a cada minuto tão bem colecionado pela alma de Paulo Bomfim.
E somente quem nasce predestinado ao domínio dessa mágica arte do sonhar o lirismo de um peito amainado no amor é capaz de transpor os pórticos que separam os simples mortais, daqueles eleitos e excepcionalmente vocacionados a enxergarem as nuances etéreas das cores e das belezas ocultas nos templos mais recônditos da mente humana.
Isto, certamente, fez de Paulo Bomfim um ser apartado do lugar comum.
Fez dele, com seus dons e percepções tão aguçadas, um mago na arte de dar vida aos sonhos.
Na arte de lidar com a alquimia luminosa que molda o leito das águas que nos trazem a singeleza e o encanto do lirismo contido em seus versos.
É por isso que nosso príncipe, Paulo Bomfim, imperou de maneira soberana em sua peregrinação pela vida, como um dos poetas mais aplaudidos do nosso tempo.
Não sem razão, pois, Paulo Bomfim foi poeta-bandeira deste chão paulista e brasileiro.
Um elo de galhardias entre o orgulho e a altivez dos homens bons e a sabedoria dos cultos, além de uma inspiradora imagem refletida do amor.
Enfim, Paulo Bomfim foi um ser humano com a luz que faz brotar a consciência sobre a arte do belo, e traz à concretude aquelas cenas da nossa inimaginável percepção, enriquecendo o aroma da melhor safra... messe que alimenta nossos melhores sonhos.