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Reinaldo Bressani

Toda cidade nasce de um agrupamento humano que se forma da união natural de pessoas em torno de princípios e objetivos comuns, seja em relação à segurança contra ameaças externas, seja em razão deReinaldo Bressani Copia 83e0c afinidades religiosas, linguísticas, de costumes, etc.

E, como consequência desse agrupamento, surge a necessidade de se organizar a convivência, visando que a mesma seja harmônica e obediente a certas regras de conduta e respeito mútuos, bem como, a um sistema contributivo necessário à mantença de tal organização. Em outras palavras: organização que permita a fluidez das garantias dos direitos individuais e coletivos.

Também, por decorrência, a necessidade de alguém que, provido de um apurado discernimento administrativo, assuma o encargo pela gestão de tais interesses coletivos.

Essa ascendência administrativa sobre os demais membros da coletividade, decorrente da própria necessidade de o gestor liderar e fazer com que os regramentos sejam obedecidos, caracteriza o poder.

Não meramente um poder subjetivo como o é o poder econômico ou verbal de um indivíduo, mas, o poder público, ou poder gestor, que pela sua evidente necessidade ínsita à preservação dos interesses coletivos, sobrepõe-se sobre os demais, principalmente sobre aqueles individuais.

Disso resulta a estabilidade governamental exigida à administração das “urbis”, ou mesmo, das “polis”.

Ao final, o sucesso de todo processo de gestão pública, seja quanto ao aspecto econômico ou social, dependerá da expertise de seu gestor.

Daí o porquê de ser o poder gestor um poder essencial à sobrevida de qualquer agrupamento humano - por mais reduzido que seja -, e sem o qual, ausentes o controle e a administração organizada de seus interesses, não haverá a mínima chance de prosperar.

Note-se que até mesmo num agrupamento indígena encontra-se forma de poder gestor, ainda que rudimentar.

Mas, por outro lado, esse tipo de poder posto em mãos de liderança ambidestra e usado de forma maliciosa, pra não dizer inescrupulosa, talvez muito mais que a falta de organização, depõe feito um tsunami contra os interesses legítimos da coletividade e, em decorrência, contra a estabilidade social e econômica.

Aí entra o fator conscientizador da população, o qual se vincula, por dependência, a um processo de educação consistente e à altura dos ideais coletivos.

Fica claro, então, a necessidade de um processo educacional condizente aos reclamos mais lídimos da sociedade, a fim de que seus indivíduos desenvolvam capacidade intelectual e, por via de consequência, de reais condições a uma reflexão apurada quanto ao discernimento de sua escolha no momento do voto. Voto destinado a eleger os futuros governantes (ou gestores), em qualquer esfera de poder. Destarte, de modo que o cenário político espelhe apenas condutas essencialmente voltadas aos propósitos coletivos.

E isso nunca foi segredo, pois, se há uma certeza absoluta nessa história, é que, ao lado da Saúde, a Educação é o bem maior à população de qualquer Sociedade organizada.

Tudo o mais é consequência.