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Lázaro Piunti

A sensibilidade do Filho do Carpinteiro equivale à sua generosidade.

Analisemos esses valores sob o prisma humano, ignorando momentaneamente sua condição divina. O Moço de2 foto lazaro piunti 5d236 Nazaré era um ser humano inigualável. E solidário! Dias antes de sua prisão, Jesus fez uma visita à mãe de Judas Iscariotes. Cibória, amiga de Maria, mãe do Mestre, o recebeu com surpresa, pois Jesus andava bem ocupado naqueles dias. Rumores se espalhavam e pairava no ar um clima pesado. Pressentiam-se graves acontecimentos. Cibória já notara o comportamento estranho do seu filho. Judas parecia inquieto, ansioso, de pouca conversa. Naquela manhã ele recusara um bolinho de chuva que ela lhe oferecera. Bolinhos de puro trigo, feitos por Maria. Ciboria estivera com ela na tarde anterior. Jesus, ao contrário de Judas, aceitou o bolinho e o comeu com gosto. Depois, abraçou a mãe de Judas e lhe fez um pedido. Espécie de conselho. Ela deveria ir para longe de Jerusalém. E viajasse imediatamente. Indicou um lugarejo distante, onde moravam parentes delas. E permanecesse com eles. O olhar penetrante de Jesus revelava doce súplica. Cibória sentiu um aperto no coração, mas ficou em silêncio. Na manhã seguinte juntou suas roupas e se pôs em marcha. E jamais retornou para sua casa!

CONSTAM, em registros denominados “Evangelhos Apócrifos”, a disposição de Jesus em poupar a amiga de sua mãe da tristeza infinita do que estaria por vir. Ela não suportaria a cena da condenação injusta de Jesus Cristo e não teria forças para reagir e consolar Maria. Seria torturante a ela observar sua melhor amiga mergulhada na lancinante angústia e a seguir os passos do seu Filho amado, rumo ao suplício da cruz. O coração de Cibória se despedaçaria no remorso de saber que Judas, filho do seu ventre, fora o causador daquela tragédia.

Judas, nascido em Kerioth, província da Judeia, era um sujeito rebelde. Pretendia que um líder popular comandasse a revolta contra o domínio impiedoso dos romanos. Porém, dinheiro era seu ponto fraco. Havia quem desconfiasse de suas ações, pois Judas, encarregado de guardar a bolsa com os minguados recursos do grupo, detestava prestar contas. Ele já se aborrecera ao perceber que Jesus pregava a Revolução do Amor e do Perdão. Essa prática não lhe fazia sentido algum. Por isso não titubeou em negociar o Mestre, em troca de uma boa recompensa financeira.