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  • Fonte: Geraldo Nunes
Virou moda desacreditar a mídia, falar mal do jornalismo e dos jornalistas: Entenda os motivos
Cada vez mais pessoas preferem se informar pelo WhatsApp do que acompanhar as notícias trazidas pela mídia, só que este não é um bom caminho.

Muitos reclamam, não sabem mais em quem confiar e questionam: Qual o melhor noticiário, ou o menos tendencioso? “Queremos assistir notícias de fato verdadeiras”, me dizem.

Sobre os assuntos, as opiniões divergem, mas todo veículo de imprensa tem um perfil ao qual damos o nome de linha editorial, que varia de acordo com a classe social do público leitor, do tipo de anúncio que é veiculado, etc.

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Por exemplo, a Folha e o Estadão seguem linhas editoriais diferentes, mas fazem um jornalismo de credibilidade.

Tudo o que é noticiado nesses jornais foi antes checado, mas se eventualmente acontecerem erros, os responsáveis pela notícia e os próprios jornais, respondem judicialmente pelos prejuízos ou danos morais causados às pessoas envolvidas, empresas ou instituições.

Em outras palavras, para fazer jornalismo sério, é preciso ter nome endereço e CNPJ.

Não existe mais no Brasil a censura prévia, aquela que definia antes o que os jornais poderiam publicar ou não.
A televisão, o teatro e o cinema passavam pela vigilância da Divisão de Censura de Diversões Públicas da Polícia Federal.

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Nossa constituição cidadã, promulgada em 1988, nos assegurou e assegura a liberdade de expressão. Todos nós, jornalistas ou não, devemos usufruir de nossa liberdade com responsabilidade.

Alguns influenciadores não sabem o que é censura ou como ela funcionava durante o regime militar, mas se dizem censurados, na verdade não sabem o que falam.

Escrevo isso porque nas redes sociais, cada vez mais pessoas, se comportam igual ao menino que atira uma pedra na vidraça e sai correndo.

Como teremos eleições daqui alguns meses, precisamos ficar atentos em relação a tudo que venha a ser mostrado pelas redes sociais.

O Congresso Nacional e o Tribunal Superior Eleitoral – TSE já se manifestaram a respeito, com a elaboração de regras em relação ao uso da Inteligência Artificial.

A internet é livre, nela estão os “influenciadores digitais”, mas nem todos - claro que há exceções - entendem a fundo os assuntos que abordam.

Nos vídeos que gravam colocam seus pontos de vista que o público pode concordar ou não, mas em uma parte dos casos, esses influenciadores desconhecem a legislação ou atendem aos interesses de ideologias extremistas, com lições de moral e de comportamento.
Se apresentam através do YouTube, Instagram, outras redes, e vão parar no WhatsApp, sem que saibamos seu nome e de onde procede sua informação. Isto não é jornalismo.

Verdade também, é que os jornalistas profissionais precisam se aprimorar, a velocidade da tecnologia exige cada vez mais estudo e atenção, inclusive dos gestores e dos donos das mídias.

Por enquanto aqueles que tentam desacreditar a imprensa, ao que parece, estão ganhando o jogo.

Só mesmo com um trabalho sério e cada vez mais profissional, será possível virar este placar.

Claro que nós jornalistas precisamos também fazer uma autocritica, os profissionais que buscam qualidade na informação, terão que provar ao público que, somente com notícias comprovadamente verdadeiras, em alguns casos até mesmo comprovadas cientificamente, será possível trazer de volta a confiança do público.

O livre direito de se tomar decisões, cabe ao povo, de preferência aquele que se sente bem-informado pelos noticiários.

Nosso desafio como profissionais de uma mídia em transformação, é grande e dos mais difíceis, no sentido de trazer de volta o elo perdido.

Como tudo se transforma, o tempo nos ajudará explicar que as redes sociais foram criadas para aproximação das pessoas e compartilhamento de informações, mas não servem como fonte de notícias.

Tomem cuidado para não transmitirem notícias falsas agora e, durante o período eleitoral.
Pessoas que mostram o rosto, mas não dizem o nome, até mesmo atores contratados, muitas vezes atuam a serviço dos que querem somente dividendos políticos.

Enfim, luzes amarelas acesas, significam atenção.

Geraldo Nunes, jornalista e escritor, é titular da cadeira 27 da Academia Cristã de Letras - ACL