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  • Fonte:  Geraldo Nunes

Recebo diariamente mensagens em podcast que me chegam através do WhatsApp. Uma delas é o “Mini Sermão”, do padre Joãozinho, de Santa Catarina, outra me é transmitida por um colega evangélico residente na Itália e se chama “Presente Diário”.

Desses recados matinais, extraí as reflexões que seguem tendo por base o quadro “Última Ceia”, de Leonardo da Vinci, pintada entre 1494 e 1498,

A obra foi patrocinada pelo duque Ludovico Sforza, responsável pelo convento dominicano de Santa Maria delle Grazie, em Milão.

O quadro original mede 4,6 metros de altura por 8,8 metros de comprimento e segue exposta neste mesmo convento até hoje.

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Olhe atentamente para o quadro e imagine a cena;

Quase ao final do jantar surge uma revelação inesperada e sincera: “Um de vós há de me trair”.

Cada convidado reage de acordo com aquilo que traz em seu pensamento. Leonardo da Vinci captou esta reação na sua famosa pintura “Última Ceia”.

João, sentado à direita se mostra calmo, é o discípulo amado. À esquerda do mestre, está Tiago, seu irmão que se mostra admirado de braços abertos como a perguntar. “Qual a razão para trai-lo?”

Tomé levanta o dedo e quer uma prova. Filipe de pé, parece não entender o que está acontecendo, talvez estivesse distraído. Mateus olha para os últimos da esquerda, Tadeu e Simão, e pede que eles prestem atenção.

Bartolomeu segura na mesa, porque certa vez tratou Jesus com ironia e ainda se mostra inseguro, não acredita no que está vendo.

André, o irmão de Pedro, levanta as mãos. Pedro pede a João que diga o que aconteceu e pergunta ao Mestre: Quem seria? O traidor, Judas Iscariotes, agarra um saquinho de moedas.

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Descobrir-se vítima de uma traição deve ser um dos piores sentimentos para o ser humano.

Neste caso, Jesus já sabia de antemão quem cometeria a traição e não seria apenas um.

Pedro, sempre impetuoso, afirma que jamais o abandonaria e o Senhor, para sua surpresa, anuncia que ele o negaria por três vezes.

É possível que Judas pertencesse a um grupo chamado “zelotes”, formado por nacionalistas que queriam ver a nação de Israel liberta do domínio romano.

Talvez ele tenha ficado decepcionado porque o “reino” que Jesus anunciava não tinha a conotação política que ele esperava.

Ele, portanto, não teve dificuldade de o entregar ao Sinédrio por 30 moedas de prata.

Quando Jesus foi preso, Pedro o acompanhou de longe e por três vezes, quando indagado se fazia parte do grupo dos doze, negou o Mestre.

Então o galo cantou e depois, o texto bíblico informa que Pedro “chorou amargamente”.

Mateus relata que Judas sentiu remorso, devolveu o dinheiro e se enforcou.

Depois de ressuscitar, Jesus apareceu aos discípulos e teve uma conversa séria e difícil com Pedro.

Perguntou a ele três vezes se o amava e pede para que apascente suas ovelhas, tal como um pastor cuida dos seus cordeiros.

Creio que se Judas não tivesse se matado e pedido perdão, certamente Jesus também o perdoaria.

Conclusão: “Não importa o tamanho de nosso pecado. Se nos arrependermos e o confessarmos ao Senhor, ele sempre perdoará”.

Fontes: João Carlos Almeida; padre músico e apresentador – 15/04/25
Clarice Tammerik - Rádio Transmundial - programa Presente Diário -13/04/25
Trechos bíblicos: Jo 13,21-33.36-38 e Jo 21.15-19
Mt 26, 34-47-50 e Mt. 27. 1-5

Geraldo Nunes, jornalista, escritor e consultor literário, é titular da cadeira 27 da Academia Cristã de Letras - ACL