Carlos Rolim Affonso,
Duas maxi-palavras que bem poderiam ser chamadas, na linguagem popular de palavrões, se não estivessem sendo usadas por especialistas de renome internacional, na área da conservação ambiental.
Creio que é do conhecimento dos leitores deste jornal “O São Paulo”, o que aconteceu em fins do mês de setembro do ano passado, quando o Papa Francisco, na abertura do Congresso da ONU, em Nova York, fez um discurso abordando o tema de sua Encíclica LAUDATO SI’ e o DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL. Devido à repercussão dos temas apresentados e, também, pelo envolvimento, não só de ambientalistas, mas de outros profissionais e entidades e, preferencialmente, das Universidades, onde se busca o conhecimento pelo conhecimento, através de pesquisas em sustentabilidade de nosso planeta, resolvi expor aqui o que segue:
Convidado pela professora da PUC-SP, Dra. Elizabete Adami, participei de uma mesa redonda, na última semana do mês de setembro de 2015, em um dos auditórios da PUC-SP, onde, dentre os vários temas debatidos, destaco aquele que representou, para mim, uma agradável surpresa, dada a profundidade e a diversidade dos temas tratados, bem como do elevado grau de conhecimento sobre o assunto dos expositores, bem como dos debatedores. “Encontros com o futuro”, envolvendo: Cuidando da Nossa Casa Comum, Contribuições da LAUDATO SÌ e Um Chamado a Ecologia Integral, foram os temas em debate, com as apresentações dos professores Ladislau Doubor, Marcelo Barroso, Joelson Alves do Nascimento e Regina Maria da Luz Vieira, tendo como Moderador o professor Arnold de Hoyos.
O que me impressionou foram o nível e a variedade dos temas debatidos, que nos deram uma excelente visão do atual estágio dos estudos que estão sendo efetuados pelos componentes do Núcleo de Estudos do Futuro – NEF, da PUC-SP, onde os “palavrões” como Ecosociodesenvolvimento, Conectividadeplanetáriacolaborativa e “palavrinhas” como includente, sustentável, social, cultural, ecológico, político, durável, econômico e humano, enfim: o SOCIAL, no comando,
o ECOLÓGICO, como restrição assumida e o ECONÔMICO, como papel instrumental, tudo como adjetivos da “palavra” DESENVOLVIMENTO, segundo o famoso economista polonês, o Doutor Ignacy Sachs, naturalizado francês, como ecosocioeconomista, que já publicou mais de vinte obras, sendo que onze delas, no Brasil. Em uma dessas obras ele recomenda ser na instituição UNIVERSIDADE o local mais adequado para a formulação de idéias e soluções para a problemática ecológica de nosso planeta, tais como “Aprofundamento na Cultura Ecológica”, “Acesso à Agua e, por extensão ao Saneamento”, este por ser um direito humano fundamental e essencial”. Temas dessa natureza, que não solucionados, levam à degradação ambiental, humana e social. Isso nos leva a considerar que a cultura ecológica, nos dias de hoje, faz parceria, em termos de importância, com a cultura digital, principalmente, tendo em vista o que vem ocorrendo no campo das doenças atuais, que veem vitimando milhares de crianças, Brasil a fora.
Concluindo, parabenizo a Direção da PUC-SP por essa iniciativa e tomo a liberdade de sugerir às demais instituições de Ensino Superior que sigam essa linha de estudos e propostas em favor da SUSTENTABILIDADE do planeta TERRA, por enquanto, o único capaz de abrigar seres vivos, com ganhos de qualidade e dignidade.
Carlos Rolim Affonso, ex-professor da PUC-SP e membro das Academias Cristã de Letras, Paulista de Psicologia e Paulista de Educação.