Slide
  • Fonte: Flávio A Quilici e Lisandra M Quilici

foto 0 quilici 792c4

TRAGÉDIA NO RIO GRANDE DO SUL

Milhares de pessoas foram afetadas pelo temporal que atingiu o Estado do Rio Grande do Sul, pelas chuvas torrenciais que provocaram o transbordamento dos rios, inundando as cidades de quase todos seus municípios.

ENCHENTES E SAÚDE

Grandes inundações oferecem riscos imediatos e futuros à saúde para as pessoas que vivem próximo à região do desastre. Entre os perigos estão as infecções, como leptospirose e dengue. É fundamental entender que os cuidados não devem ser só com o bem-estar físico (prevenindo as doenças transmissíveis), mas também com o mental.

SITUAÇÕES DE EMERGÊNCIA

É essencial tomar cuidado com a água potável, alimentos e a higiene. Muitas doenças podem ser transmitidas pelas águas contaminadas das enchentes. Também é importante ter cuidados nestas tragédias, de acidentes com animais peçonhentos, como escorpiões, aranhas e cobras.

ENCHENTES E DOENÇAS INFECTOCONTAGIOSAS

O consumo e o contato com água contaminada pelas enchentes, podem aumentar o risco de algumas doenças, já que os agentes infecciosos responsáveis por elas, conseguem se desenvolver na água e se espalhar mais facilmente. As principais doenças que podem ser causadas por águas das enchentes incluem: Leptospirose; Cólera; Febre tifoide; Diarreia; Gastroenterite aguda; Hepatite A; Giardíase; Amebíase; Ascaridíase; Malária; Micose; Toxoplasmose; Tétano; Dengue.

IMPORTANTE: FICAR ATENTO A SINTOMAS DAS DOENÇAS

O indivíduo que tiver contato com a água ou a lama das enchentes, deverá ficar atento a sintomas como: diarreia, febre, dor muscular, náuseas e dor-de-cabeça. Na presença de qualquer um deles é fundamental procurar atendimento nos centros de saúde disponíveis.

COMO TRATAR A ÁGUA

Primeiro é preciso garantir que não houve nenhum tipo de contato da água com o sistema de esgoto e ou com a água suja da inundação. Caso tenha sido contaminada, ela não deve ser utilizada. Para seu uso, a água deve ser filtrada com filtro doméstico, coador de papel ou pano limpo, e em seguida, precisa ser fervida durante 1 a 2 minutos, para eliminar bactérias, vírus e parasitas. Caso não seja possível ferver, após filtrada, ela deverá ser submetida ao tratamento com hipoclorito de sódio na concentração 2,5% (é preciso ter uma atenção especial com essa concentração). Para cada litro de água, para consumo humano, devem ser adicionadas duas gotas de hipoclorito. Em seguida, deixar repousar por 15 minutos. Para 20 litros, a quantidade será uma colher de chá e para 200 litros, uma colher de sopa.

POR QUE NÃO USAR ÁGUA DA CHUVA

Água da chuva é natural, porém não é pura, porque não passou por um tratamento! Ela pode ter uma série de contaminantes como toxinas, microrganismos etc., que poderão agredir nosso organismo. A água de chuva carrega corrosivos poderosos, de grande acidez, como o ácido sulfúrico, que podem provocar sérias consequências ao nosso organismo.

CUIDADOS

Alguns cuidados são fundamentais para ajudar as pessoas atingidas pelas enchentes:

1) Tentar evitar o contato com as águas das enchentes. Caso isto seja inevitável, deve permanecer o menor tempo possível na água ou na lama e evite manusear objetos que tenham sido atingidos por ela. Proteja os pés e as mãos com botas e luvas de borracha ou sacos plásticos duplos;

2) Jogue fora medicamentos e alimentos (frutas, legumes, verduras, carnes, grãos, leites e derivados, enlatados etc.) que entraram em contato com as águas da enchente, mesmo que estejam embalados com plásticos ou fechados;

3) Lave bem as mãos antes de preparar alimentos e ao se alimentar. Beba sempre água potável e a utilize no preparo dos alimentos, especialmente das crianças menores de um ano;

4) Frutas, verduras e legumes que entraram em contato com a água da enchente devem ser descartados. Os demais podem ser usados seguindo as recomendações: selecionar, retirando as folhas, parte e unidades deterioradas; lavar em água potável os vegetais folhosos, folha a folha, e as frutas e legumes um a um; colocar de molho por 10 minutos em água clorada; deixar secar naturalmente.

ENCHENTES E SAÚDE MENTAL

Um evento traumático, seja individual ou coletivo, pode causar grave sofrimento para as pessoas, afetando de forma significativa a qualidade de vida. Nas primeiras horas do desastre ela está em choque, então os cuidados psicológicos iniciais deveram observar a uma linha psicossocial, de escuta e acolhimento, recolhendo informações para direcionar suas necessidades básicas.

Cada pessoa expressa o sofrimento psíquico de maneira única. Tem vítimas que não conseguem falar sobre o ocorrido e outras que querem desabafar. Essa situação de estresse agudo, perdas e traumas pode gerar reações diversas, seja de tristeza e sintomas depressivos; negação, como não conseguir falar do tema; ou choque, quando é nítido que a pessoa está desorganizada e chocada com o que ela percebeu que viveu. Em alguns casos a desordem verificada tende a persistir podendo evoluir para um quadro de Transtorno de Estresse Pós-Traumático, gerando uma consequência danosa, incluindo o desenvolvimento de outras psicopatologias imediatas ou a longo prazo. Identificar os sinais e procurar ajuda profissional são fundamentais para a prevenção e tratamento destes quadros.

 

FRASE DA SEMANA:  “A descoberta da penicilina começou como uma observação casual. Meu único mérito foi não ter negligenciado a observação” 
Alexander Fleming, ao receber o Prêmio Nobel de Medicina, em 1945.

 

CURIOSIDADE DA SEMANA

A Peste Negra da Idade Média

A pandemia de peste bubônica que deixou sua pior marca no mundo conhecido, foi chamada de “Peste Negra”. Uma forma de peste bubônica e pneumônica particularmente virulenta, ela varreu a Ásia, a Europa e o Oriente Médio no século XIV, provocando uma devastadora perda de vidas humanas, estimada em 25 milhões (ou mais) na Ásia, outros 25 milhões na Europa (um terço da população) e um número desconhecido no Oriente Médio, mas certamente na casa dos milhões.

*Flávio Antonio Quilici, médico e escritor, mantém com a filha Lisandra M Quilici, coluna semanal no Correio Popular – Campinas, aqui reproduzida. Ocupa a cadeira 04 da Academia Cristã de Letras - ACL