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  • Fonte: Carolina Ramos

Carolina Ramos    Carolina 12 12 2017 400 a9b82

Noite. A senzala geme ao cativeiro.
No banzo, choram cantos de Luanda.
A abolição fervilha. Num tinteiro,
sonha a pena banir a Lei nefanda!

Murmureja a esperança no terreiro,
nos quilombos a cólera se abranda...
Corre o mocambo o eco alvissareiro:
- As hostes cedem! Isabel comanda!

Treze de maio! A paz ronda as senzalas.
Cala-se o açoite!... Calam-se os gemidos!
Lágrimas sulcam faces não vassalas!

É livre agora quem escravo fora!
E os negros braços, para os céus erguidos,
imploram bênçãos para a Redentora!