Ninguém poderá me impedir de escrever
na página em branco, a dor da saudade.
Ninguém poderá me obrigar a esquecer
os rostos marcados num álbum da tarde.
Eu tenho na alma um olhar de poeta,
lanterna que, mágica, segue os cometas.
Nos versos flutuantes, sou anjo de pedra
que aceita as rimas, embora imperfeitas.
Eu tenho a coragem, a audácia e a bravura
de ser como fogo da eterna paixão,
de abrir as janelas na noite escura,
vencer as mil léguas da separação.
Ninguém... Só o tempo irá reverter
a angústia de estar atrasada pro encontro.
Apenas o tempo é capaz de dizer
se a vida que eu tenho é real ou um sonho.