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  • Fonte: Carolina Ramos

         

Carolina RamosCarolina 12 12 2017 400 a9b82

(O soneto que ele não teve tempo de ler)

Meu pai...

Quando te vejo, assim, domando a vida,
com a fibra invulgar do cavaleiro
que não teme as corcovas da subida,
nos reveses e quedas, altaneiro...

cabeça branca, face já curtida
pelo tempo e inclemência do roteiro,
velho e valente, fronte sempre erguida,
que a rude estrada forja o caminheiro...

Mesmo que eu queira te dizer o tudo
que na alma eu sinto, meu falar é mudo,
minha voz na garganta se retrai!

Assim... faço dos versos o ofertório...
do coração, um cálido oratório...
e neles rogo a Deus por ti, meu Pai!