Quando oscila a força na arandela,
Sua luz treme e treme. Pisca e pisca.
O ambiente clareia e escurece.
A mariposa tonteia, mas se arrisca.
Pousa na lâmpada. Revoa.
Faz que vai, mas não vai.
Atordoada, perde o rumo
Quanto mais se abstrai.
Já, para uma outra mariposa a noite é fogo.
Vive a procura de quem paga mais.
Mas, nem sempre a sorte ajuda,
Além do quê, proteção custa vis-metais.
A escuridão da noite é temerária.
Carrega perigos que impõem seus preços.
E jamais teve, com a mariposa,
Qualquer estima. Qualquer apreço.
O freguês é qual arandela
Que atrai e hipnotiza.
Ora rende... ora ilude,
Mas, a necessidade, não avaliza.
Aí, não tem jeito não.
Luzes têm brilhos que atraem...
Causam voos cegos... sempre.
E capturam aqueles que lhes afluem.
Então, sobrevive quem mais resiste.
Quem tem mais sorte.
Quem não tem, fica refém,
Até que lhe chega a morte.
A história é triste, mas é verdadeira.
Está aí para ser vista a olhos nus.
Assim, da luz da arandela e da sina malfazeja,
Proteja-se sob o sinal-da-cruz.