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  • Fonte: Raquel Naveira

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Mudei minha rota:
Agora sou gaivota
Sobrevoando o mar.
Saí de uma nuvem preta
Carregando meu destino
De gaivota,
Devota da poesia
Que busco no topo das montanhas
E nas luzes dos faróis.

O meu voo é leve,
Virei ave viajante,
Com uma linguagem tão forte
Que abre portas no céu.

Eu via coisas,
Escutava,
Compreendi logo:
Havia uma magia,
Um presságio,
Eu voaria alto
Para onde a imaginação me levaria,
Puro conhecimento.

O dom da palavra,
A luta com a serpente,
A inaceitável derrota,
Tudo me sufocava
E eu estava quase morta.

Restaram-me apenas
A personalidade sonhadora,
A alma ancestral
E a força de uma gaivota.