Eu quero ouvir o cantar
De pássaros na natureza.
Aqueles sons de liberdade
Que tem a voz sertaneja.
Beber água de uma nascente
- Pura, feito a alma do sertão –
Que brota no pé da serra,
Qual o amor... no coração.
Eu quero também dar asas
Pra que voem meus pensamentos,
Levando preces aos céus...
Lá, bem longe... no firmamento.
Eu quero ter a certeza
Que luzes alumiem o chão
Desta terra de farturas,
Da qual tiramos o pão.
Colher o trigo dourado,
A cana, o milho e a cevada.
O arroz que temos na mesa,
E as frutas adocicadas.
Belas flores de encantar,
Com suas cores envolventes,
Dando vida ao beija-flor
E às borboletas reluzentes.
E sob o brilho do luar,
Cantar canções apaixonadas...
Com a viola junto ao peito,
Pra alegrar a minha amada.
Sentir no ar a sensação
De que o amor vem lá do alto,
Com as bênçãos do Criador
Que, nas preces, eu exalto.
Este é o meu sonho caboclo.
Sonho de um homem raiz,
Que vive do cio da terra,
Mas sabe bem o que diz.