Explodiu na noite feito fogaréu
A volátil imagem se refez ao léu.
Inebriante musa despida do véu
Das amarras livres do mausoléu
Lépida partiu no mudo escarcéu.
Fingida estrela no limiar do céu.
Na taça prateada erigiu o troféu.
Busca prometida do remido réu.
Retida a aurora no laço do cinzel.
Juras refratárias contidas no anel
Na dança da nuvem fixa ao cordel
Das farpas isentas do senhor cruel
Silenciosa fuga no dorso do corcel
Artista do pudor tecida no pincel
Seduzida ânsia de sonhos a granel
A sorver carícias do espesso farnel
Esmaecida posse no cálido dossel
Recusada a tara gerada no bordel
Na falsa tiara esquecida no tonel
Das agruras tantas do amor infiel.