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  • Fonte: Diretoria da Acl

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 Em artigo publicado por Frei José Maria da Silva: "São Francisco de Assis e seu amor pelo Natal", em 2018, diz que São Francisco preparava-se com retiros, penitências, reflexões, meditações e orações durante o Tempo do Advento para celebrar o Santo Natal. Tinha um amor e uma fé muito grandes em relação ao Natal e no mesmo, soltava suas emoções, sobretudo a alegria e a ternura.
     As fontes franciscanas trazem, em uma linguagem arcaica mas, muito vivaz, as narrativas sobre como Francisco, induzido a uma grande criatividade pela emoção de se preparar para mais um Santo Natal, imaginou a montagem de um presépio vivo. Francisco, “gostava tanto de lembrar a humildade de sua encarnação (a encarnação de Jesus) e o amor de sua paixão, que nem queria pensar em outras coisas.” Três anos antes de sua tão serena morte e dias antes do Natal, Francisco lembrou-se de um fidalgo de nome João, “Uns quinze dias antes do Natal, São Francisco mandou chamá-lo, como costumava fazer, e disse: se você quiser que celebremos o Natal em Greccio, é bom começar a preparar diligentemente e desde já o que vou dizer: Quero lembrar o menino que nasceu em Belém, os apertos que passou, como foi posto em um presépio, e contemplar com os próprios olhos como ficou em cima da palha, entre o boi e o burro.”
     João mais do que depressa preparou o lugar, o cenário de acordo com o pedido do Santo. “E veio o dia da alegria, chegou o tempo de exultação.”
    De muitos lugares vieram os irmãos (frades), os homens e mulheres com o coração em festa, inclusive com archotes para iluminar a noite. Ao chegar, Francisco ficou satisfeito. “Fizeram um presépio, trouxeram palha, um boi e um burro. As fontes franciscanas relataram anterior e indiretamente, que o principal ator também entrou em cena: um bebezinho representando o Menino Deus. Greccio tornou-se uma nova Belém, honrando a simplicidade, louvando a pobreza e recomendando a humildade.” A noite ficou iluminada. Celebrou-se a Missa e Francisco, revestiu-se da dalmática , proclamou o Evangelho e com voz forte, doce, clara, sonora, pregou ao povo sobre o nascimento do Rei em Belém. Rei pobre.
     Com amor, muitas vezes falava em Cristo Jesus chamando-o de “Menino de Belém.” O Menino Jesus, esquecido por não poucos, renasceu em muitos corações.
     A palha usada no presépio foi guardada e passou a operar prodígios com o seu uso, curando animais doentes, homens e mulheres enfermos e, colocada sobre a barriga de mulheres em longos e difíceis partos, as mesmas chegavam a bom termo no parto gerando saudáveis bebês.
    Como Francisco havia morrido, no lugar da encenação ao vivo do nascimento do Menino Deus, construiu-se um templo em sua honra, com o altar ocupando o espaço onde ficara a manjedoura. Agora, onde os animais tinham comido o feno, as pessoas passaram a alimentar as suas vidas com a “Carne do Cordeiro Imaculado”, Jesus Cristo nosso Senhor.
     Excitada a fé simples e ingênua do povo humilde, rude e trabalhador, os prodígios se multiplicaram. Imaginem, então, uma fé esclarecida, robusta, firme e sólida, o que não poderia alcançar?