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  • Fonte: Geraldo Nunes

Geraldo Nunes, lançou na tarde-noite de quinta-feira, 23 de maio de 2024, data cívica para os paulistas, o livro de memórias do policial Luiz Gonzaga Leite, carinhosamente chamado de Guarda Luizinho. Esta publicação, acreditamos,serve de indicativo para a história sobre como se deu início ao trabalho voltado à segurança pública, de aproximar a polícia da população no sentido de que se perceba no policial um amigo que nos dá proteção.

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Para a organização deste livro que leva o título Guarda Luizinho – Ícone de São Paulo, Herói do Povo Brasileiro, foi preciso antes ler, assistir e ouvir tudo já publicado na mídia sobre o  policial conhecido como defensor dos pedestres. O material é vasto e o resultado impressionante. Só encontramos matérias positivas a seu respeito, não aparece nada que o desabone.
Em sua página no Facebook, com cerca de 5 mil seguidores, deparamos com frases maravilhosas escritas pelos admiradores do Guarda Luizinho, que nos ajudaram a escolher o nome para o livro. Humilde servidor da população, de forma espontânea e até ingênua, dava aulas de cidadania no trânsito, sempre de modo espontâneo e com bom humor para despertar  sorrisos e admiração com suas frases engraçadas.

Guardião das esquinas do centro, notabilizou-se em frente ao Mappin, em seu tempo, a mais procurada loja de São Paulo, na confluência da Rua Xavier de Toledo com a Praça Ramos e o Viaduto do Chá. O povo, sempre apressado, se acotovelava entre a calçada e a passarela de pedestres chegando a ocupar o espaço dos carros.

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Para disciplinar aquela multidão na travessia do trânsito, o policial fardado de capacete e revólver descarregado para evitar disparos acidentais, sentia que era necessário passar a impressão que não estava ali para transmitir medo e sim segurança na hora de se cruzar a rua. 

O comportamento do Guarda Luizinho visto pelos olhos de hoje, pode e deve ser entendido como visionário. Por intuição defendeu o conceito de polícia comunitária, antes mesmo da proposta ser colocada em prática no Brasil.

Luizinho conquistou a confiança dos pedestres ao mostrar a eles, a importância do sentido de preservação da vida e aos motoristas fez sentir que a presença do policial, não se destina simplesmente à tarefa de multar, como fazem os que são apenas cumpridores de ordens. Luizinho nunca multou, no lugar da punição buscava conscientizar a necessidade do respeito às leis do trânsito.

Nos tempos em que atuou na esquina do Mappin, o Guarda Luizinho chegou a ser mal interpretado pelos superiores. O então secretário da Segurança Pública, Coronel Erasmo Dias, certa vez mandou prendê-lo.

No mesmo dia, alertado pelos assessores de que o modo de agir daquele policial aproximava o povo da polícia, mudou de ideia e o mandou de volta ao então, cruzamento mais movimentado de São Paulo. O secretário que era durão, precisou voltar atrás para não ofender o povo que admirava seu policial.

Na atualidade os comandantes da Polícia Militar do Estado de São Paulo, adotam o sistema de gestão por qualidade, ou seja, através de procedimentos administrativos e operacionais instruem seus comandados sobre como agir diante da população em todas as situações.

Descobriu-se que quanto mais solidário for um policial, melhor ele será no convívio, não só junto ao público, mas dentro de casa, no trato com a família, como cidadão, e claro, no trabalho de policiar em nome do bem-comum.

O Guarda Luizinho foi capaz de antever tudo isso por intuição, ou quem sabe, pela missão que Deus lhe conferiu, de abrir caminhos e servir de paradigma para os que quiserem ser  oliciais-amigos, capazes de trabalhar em benefício da corporação e acima de tudo para a sociedade. 

Este livro feito em conjunto, que acabamos de lançar, não se constitui apenas em uma história de vida, mas em um exemplo a ser seguido por todos os brasileiros e brasileiras.

Geraldo Nunes, jornalista, escritor e consultor literário, é titular da cadeira 27 da Academia Cristã de Letras - ACL