Reinaldo Breaasni
Venho seguindo o seu rastro nas pegadas deixadas na areia.
Mas ele foi se sumindo, junto com a maré-cheia.
A força das águas do mar seu rastro logo apagou.
E toda a esperança que eu tinha, também o mar me roubou.
Olhando alto no céu, nele eu vejo as gaivotas.
E olhando a distância do mar, esperança quase se esgota.
E quando se a maré crispa e se agita, se agita o meu coração,
E lá no vazio do horizonte, se espelha a minha aflição.
Respondam águas do mar, onde está a minha sereia?
Que nas ondas se escondeu, e eu preso em sua teia.
Meu peito está ofegante e minh’alma entristecida.
Sem ela, eu sei, não existo... sou feito alma perdida.
Quisera virar um boto, pra ela enfeitiçar.
Um feitiço bom de amor, que fizesse ela voltar.
Um dia a Lua formosa - tão cheia de encantamentos –
Foi testemunha silente das juras... hoje levadas ao vento.
Na areia a estrela do mar, no céu a estrela cadente...
Adereços com que a natureza enfeita o sonho da gente.
Uma aura celeste envolve o amor que eu tenho por ela,
Tão cheio de luzes e cores – real e cristalina aquarela.