Geraldo Nunes
Eis que chega mais um 25 de janeiro, dia do aniversário de São Paulo e damos graças a Deus, por estarmos vivos depois de ter enfrentado com firmeza as epidemias e as maldades ditas durante a campanha eleitoral.
Em 2023, a “capital dos bandeirantes” completa 469 anos.
Há motivos para comemorar?
Sempre haverá motivos para se comemorar a existência de São Paulo, porque aquilo que existe de melhor no Brasil em termos de empregos, oportunidades para bons negócios, escolas para os filhos, tratamentos de saúde para a população em geral, além das universidades para a juventude e do amparo social aos mais carentes, está em São Paulo.
Só que as amarguras da violência e da criminalidade também estão aqui, por isso São Paulo é um lugar para se amar e detestar ao mesmo tempo.
Muitos lamentam ter que morar aqui, mas quando se ausentam, sentem saudades e voltam alegando uma série ‘outros motivos’.
Na capital que já foi dos bandeirantes e agora abriga a cracolândia, sempre encontramos aquilo que precisamos, seja para o bem ou para o mal. Aqui, quanto mais se faz, mais precisa ser feito.
A chamada “terra do trabalho” que também já foi “a cidade que mais cresce no mundo, vive de suas contradições que se escancaram entre a Favela Paraisópolis e o vizinho Portal do Morumbi.
A Praça da Sé, todos sabem, é o resumo do Brasil e a Avenida Faria Lima, é a bolha de prosperidade dos investidores que direta e indiretamente ajudam a sustentar o país inteiro.
São Paulo é a filha mais rica e a mais carente entre todas as cidades brasileiras na qual ricos e pobres se misturam em meio à ostentação dos luxuosos edifícios cujas calçadas são ocupadas pelos moradores de rua.
Certa vez alguém me disse, acho que foi Lourenço Diaféria, o mais apaixonado cronista paulistano que conheci:
"Para compreender São Paulo, é preciso lembrar do apóstolo que deu seu nome à capital dos paulistas. Quando entendeu o que Jesus queria dele, sentiu cair escamas de seus olhos...” Está em Atos 9-18.
“... Também nós para compreendermos esta cidade, precisaremos perder as escamas dos nossos olhos.”
São Paulo precisa ser vista com os olhos do coração.
Geraldo Nunes: jornalista, radialista e escritor, ocupa a cadeira 27 da Academia Cristã de Letras - ACL