Reinaldo Bressani
Voar sempre foi sonho recorrente de liberdade do homem. Isso porque, voar parece carregar em si um enigma incendiado de poderes que só o pensamento alcança.
Alçado pelas asas peregrinas das vontades e, singrando veloz, ora, em meio ao azul dos céus, ora, pelas esquinas iluminadas das estrelas, segue através do fulgor simétrico do próprio sonho.
Dança pelas auroras frias das manhãs e, depois, sob as claridades afogueadas por arrebóis de cores refletidas de flamboiãs.
Mergulha no horizonte até se perder na fímbria do nada, de onde segue na garupa de ondas sopradas por vento liberto das teias dos sargaços nebulosos do tempo.
Em sua liberdade, simplesmente voa.
Voa os seus sonhos revelados através do enlevamento e das fantasias que habitam os labirintos dos desejos – templos das insondáveis dimensões dos nossos anseios -, sobre os quais revoejam os espíritos humanos escapados da fria realidade, à qual, as bruxas teimam em nos manter atados.
Daí, a exuberância de uma atmosfera utópica toma conta do imaginário dos sonhadores que, libertos das amarras das realidades, prosseguem revoando a suavidade propiciada pelo insólito dos sonhos.
Seguem imersos nas cores da liberdade do espaço infindo, só alcançado pela magia daquelas mentes que se permitem aos sonhos.
Magia que nos permite o vagar pelas asas dos pensamentos iluminados de extravagâncias enleantes à alma.
Portanto, para melhor viver, liberte o seu pensamento e deixe sua alma revoar pela ludicidade dos sonhos.
Mesmo porque, de sonhos você não morre, mas a ausência deles poderá lhe ser fatal.
Além do mais, não raro, a realidade costuma moldar-se aos sonhos e, um dia, quiçá, de alguma forma, nós venhamos a ter essa capacidade dos pássaros. Quem sabe?