Lázaro José Piunti
Laudo Natel nasceu em São Manuel, dia 14/09/1920.
Abraçando a carreira de bancário depressa subiu na profissão graças à sua capacidade profissional. Ao longo do tempo tornou-se o principal diretor do Banco Brasileiro de Descontos (Bradesco).
Torcedor apaixonado do São Paulo Futebol Clube, foi um dos principais expoentes na racionalização das suas finanças, desde a venda do estádio do Canindé à Portuguesa de Desportos, à ideia da construção do
monumental estádio do Morumbi, muito antes de assumir o governo do Estado.
Em 1962 elegeu-se vice-governador, quando a lei estabelecia o voto separado para cargos majoritários. E assumiu o governo dia 6/6/1966, com a cassação de Adhemar de Barros. Laudo Natel voltaria ao governo,
em processo indireto, indicado pelo regime militar, cumprindo mandato de 15/03/1971 até 15/03/1975. Sentia-se bem com o povo do interior.
Foram constantes suas visitas às cidades e Itu o recebeu inúmeras vezes.
Na tarde do dia 2 de fevereiro de 1974, por exemplo, Laudo Natel esteve aqui, para inaugurar a Rodoviária, no aniversário da cidade. A obra fora iniciada pelo prefeito Olavo Volpato e concluída em minha gestão.
Naquela mesma tarde, a meu convite, ele inaugurou o Camping do Alemão, na estrada de Cabreúva. Lá existe uma placa com o seu nome. Um ano antes, Laudo Natel nos visitara, na noite histórica de 18 de abril de
1973, na festa do Centenário da Convenção Republicana. Outra visita importante foi na tarde de 13/03/1975. Laudo veio receber o título de “Cidadão Ituano”, outorgado pelo ex-vereador Olavo. Eu compareci na
condição de prefeito e também como ex-vereador, pois votara favoravelmente ao projeto. Ele fez discurso emocionado. Uma frase foi marcante: “É comum as pessoas oferecerem a mão para quem está subindo a
escada, porém ITU me dá a mão quando estou descendo a escada”! Explica-se: ele passaria o cargo dois dias depois ao sucessor, Paulo Egyídio Martins, novo governador dos paulistas.
Laudo foi um homem simples, figura educadíssima. Era comum chegar de surpresa, tomar um café no bar da esquina, visitar os jornais da cidade e deixar um bilhete para algum amigo. Nunca soube de qualquer
atitude dele marcada por ressentimento. Agia com polidez e natural fidalguia. Viveu quase um século. Despediu-se da vida em 18/05/2020 com a serenidade dos bons! Deus já o acolha na mansão dos justos!