Fonte: Frances de Azevedo -
Verdes mares bravios de minha terra natal onde canta a jandaia nas frondes da carnaúba;
Verdes mares que brilhais como liquida esmeralda aos raios do sol nascente, perlongando as alvas praias ensombradas de coqueiros;
Serenai verdes mares, serenai, e alisai docemente a vaga impetuosa, para que o barco aventureiro manso resvale à flor das águas;
Aonde vai a afoita jangada que deixa rápida a costa cearense, aberta ao fresco terral a grande vela?
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Com esta prosa poética, José de Alencar inicia seu romance Iracema.
Escritor e politico brasileiro, nascido em Fortaleza, Ceará, em 1º de Maio de 1829. Falecido em 12 de Dezembro de 1877. É o fundador do romance de temática nacional.
Lembro-me que sempre gostei de ler. Procurava sempre ter às mãos um livro. Normalmente autores brasileiros. Não sei bem a razão, se é que havia.
Assim desfilaram: Machado de Assis - que, por sinal, ocupou a Cadeira na Academia Brasileira de Letras, cujo patrono é José de Alencar -; Euclides da Cunha (1866-1909) conhecido pela obra Os Sertões, onde retratada a Guerra dos Canudos e os aspectos sociopolíticos de nosso país; Casimiro de Abreu (1839-1860) poeta que canta o Brasil, cujo poema Meus Oito Anos, tanto nos encanta; Castro Alves (1847/1871) o poeta dos escravos, meu poeta preferido, que me levou a publicar diversas poesias de temática escravagista e África Em Prosa, Versos E Reversos, onde retrato a viagem ao sul desse continente: Olavo Bilac (1865-1918), com sua celebra obra O Ateneu, entre outros.
Contudo, marcante foi para mim esse escritor cearense que abriu o mundo da poesia ao retratar o seu mar cearense, derramando poesia nas letras que se espraiam em seu célebre romance Iracema: A Virgem dos Lábios de Mel.
Mal sabia eu que adentraria o mundo de Apolo anos mais tarde com meus livros de poemas. Mais tarde de contos, crônicas, artigos...
Frances de Azevedo - Cadeira 39 da ACL