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Lázaro Piunti

Na cidadezinha encravada na confluência entre o Maranhão e o Piauí, um grupo de jovens fundou um clube de futebol profissional.

A rapaziada convidou também pessoas de meia idade para compor a Diretoria dando o necessário verniz de credibilidade ao projeto.1 foto lazaro piunti 75e6e

Moçada de boa índole. Nascia o ECAU – Esporte Clube Atletas Unidos!

No ano seguinte, estatuto registrado, o Clube obteve junto à Federação o direito de disputar a Terceira Divisão.

O povo vibrava com a novidade, pois a equipe era formada por jogadores da cidade e da região.

Cumprindo a tabela oficial, um domingo o ECAU jogava em casa e no seguinte visitava o adversário da vez.

Nas partidas em seus domínios o pequeno estádio ficava lotado com a festiva presença da Torcida!

O campeonato seguia, porém, o desempenho do Time preocupava. Havia bons jogadores, inclusive alguns com pinta de craque.

Mas o problema vinha da arbitragem! Nos cinco jogos realizados fora de casa... Quatro derrotas e um empate.

Desgraçadamente eram visíveis as danosas interferências da arbitragem. Nos jogos em seu campo, o ECAU se saia melhor, mas, os árbitros ainda erravam sempre em prejuízo do glorioso Rubro-Amarelo.

Depois de perder de novo por conta da arbitragem facciosa, a Diretoria renunciou aos padrões recomendados à prática da ética esportiva. O Diretor Esportivo foi à Federação carregando na pesada mochila “autorização” e sólidos argumentos para mexer os pauzinhos.

E tudo mudou no jogo seguinte. O ECAU recebeu o vice-líder do campeonato e logo no início marcou um gol totalmente impedido.

O “Água Mate” empatou... Gol anulado. Na etapa final outro gol anulado do time visitante e expulsão do centroavante por reclamação.

Na sequência, pênalti duvidoso assinalado a favor do ECAU. O capitão aguamatense protesta e acaba expulso.

No “bololô” o lateral e o zagueiro empurram o Bandeira, são expulsos e o juiz encerra a peleja.

Mais tarde a arbitragem jantava com a Diretoria do ECAU no Bar da Praça e o Diretor Esportivo alertou o árbitro: ele expulsara só quatro atletas do adversário. Com sete em campo o jogo deveria continuar.

Enchendo o copo de cerveja sua senhoria resolveu a questão, expulsando ali mesmo, no Bar, o ausente ponteiro canhoto do “Água Mate”. No fim do ano o ECAU fechou as portas.

O povo percebera o óbvio. No futebol regras ocultas atuam nos bastidores. Briga de Cachorro Grande!