Frances de Azevedo
Nesta segunda-feira, dia 22 de setembro de 2025, quando iniciou a Primavera, compareci ao evento da fundação daANILCHC- Academia Nacional de Instituições Literárias, Cultuais e Cívicas, que teve lugar em um dos salões da conceituada APM- Associação Paulista de Medicina, em São Paulo Capital.
Tenho a honra de integrar essa nova Academia, à frente da Diretoria de Civismo!
O evento, assaz concorrido, recebeu integrantes co-fundadores e ilustres convidados, de diversas cidades paulistas, como Campinas, Tupã, Sorocaba, Bragança Paulista, Mauá, Itanhaém, Praia Grande, Santos, São Vicente e de outros estados, entre outros, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais (Ituiutaba) ...
Nessa brilhante festividade, tive oportunidade de conhecer o professor, poeta, escritor João Henrique Hansen, amigo do Padre Bogaz – Antônio Sagrado Bogaz. Dele recebi sua obra Eis-me! Poesia.
Título instigante que traz na capa a imagem do professor, escrevendo com a mão esquerda. Ao fundo, azul, uma árvore – quase florindo, quero crer. Logo abaixo de suas mãos, lê-se: ...como o lírio que floresce mais formoso na simplicidade das palavras e dos sentimentos!
Frisei mão esquerda, numa alusão à lateralidade: preferência do corpo controlada pelo cérebro.
Canhoto: como se sabe, a mão esquerda é mais utilizada dada à predominância do hemisfério cerebral direito, que controla o lado esquerdo do corpo humano.
Segundo estudos diversos, o hemisfério direito está ligado ao processo criativo, numa proporção de 70% ...
Não vou me alongar nessa área - longe de mim fazê-lo. Só citei tal fato, pois tenho uma sobrinha que é canhota e também por ouvir dizer que os canhotos são mais inteligentes...
Na verdade, o título me chamou a atenção: Eis-me! Poesia.
O advérbio “Eis”, - para mim - invarialmente, me transporta às palavras bíblicas: Eis-me aqui, Senhor!
É um chamado forte. Muito forte. Um brado. Convocação imperiosa. Rendição. Comprometimento. Talvez, um pedido de socorro. Quem sabe!
O pronome oblíquo me nos conduz à pessoa que está a clamar. Então, pergunto: É o poeta que se rende à poesia, ou é esta que roga a ele para ser ouvida, divulgada?!
Curiosa, abri o livro.
Passei pelo Sumário. Aos Responsáveis. Editoração ... Dedicatória; Apresentação do Pe. Antônio Sagrado Bogaz. E, finalmente, mergulhei nos poemas. Num mar de poemas: Houve Uma Vez...Uma Pequena Gota. No Amor do Amor eu te Encontrei. Pedra. Depois. Apenas Eu Quero Te Amar...
E outros. Muitos outros poemas, até que cheguei às fls. 96, antepenúltimo título: Eis-Me! Eis-Me Aqui!
Eis-me aqui
Tortura e êxtase
Demência e sanidade
Anjo e demônio
Do meu próprio desalento.
Somente ao final, às fls. 100, o Poeta Hansen, titulando sete vezes o nome de sua obra (EIS-ME!), esclarece seu clamor: No meio da ressaca o mundo mudou...por que não falar do romantismo de novo? Daquele momento de valor mágico em que os corações falam mais alto e cuja beleza é transmitida de geração para geração – através da ternura, da simplicidade, dos valores que unem duas pessoas apaixonadas? ...nada mais justo, mais suave do que a paixão pelo outro do que reviver de novo o romantismo e amar...amar...amar!!!
Frances de Azevedo - Cadeira 39 da ACL