A data comemorativa do Dia das Mães, surgiu em virtude do sofrimento de uma americana chamada Anna Jarvis (1864-1948) que após perder a mãe, em 1905, passou por um processo depressivo.
As amigas mais próximas de Anna, para livrá-la da tristeza, fizeram uma homenagem à sua mãe que trabalhou no atendimento às vítimas da guerra civil que aconteceu nos Estados Unidos, entre 1861 e 1865.
O dia dedicado àquela mãe fez tanto sucesso que passou a ser repetido a outras mães nos anos seguintes, até que em 1914, o então presidente Thomas Woodrow Wilson oficializou o “Mothers Day” em todo segundo domingo de maio de cada ano.
Tal decisão aqueceu o comércio de flores, perfumes, doces e demais tipos de presentes que agradam todas as mães.
Anna Jarvis, entretanto, ficou indignada com a exploração comercial e ingressou na justiça pedindo o cancelamento da decisão presidencial, mas perdeu a causa.
As mães são homenageadas desde os tempos mais antigos, os povos gregos faziam uma comemoração à Réia, a mãe dos deuses.
Na Idade Média os camponeses que moravam longe de suas famílias ganhavam um dia para visitar suas mães, que os ingleses chamavam de “Mothering Day”.
Mãe, não é só a mulher que gera e dá à luz um filho ou filha, é também aquela que cria uma criança e lhe oferece todo o amor, carinho e proteção.
As mães merecem todo respeito e muito amor dos filhos, elas fazem tudo para agradá-los, sofrem com seus sofrimentos e querem que estes estejam sempre bem.
Para elas, receber dos filhos um beijo e um abraço já representa muito, mas costumeiramente ganham presentes como forma de agradecimento ao carinho que dedicam ao longo da vida.
No Brasil, assim como nos Estados Unidos, Japão, Turquia e Itália, a data é comemorada no segundo domingo de maio.
Em outras localidades do mundo, a comemoração é feita em dias diferentes:
Noruega: segundo domingo de fevereiro
África do Sul e Portugal: primeiro domingo de maio
Suécia: quarto domingo de maio
No México a data alusiva às mães foi fixada em 10 de maio, no Paraguai, em 15 de maio e na Tailândia, em 12 de agosto, para comemorar o aniversário da rainha Mom Rajawongse Sirikit.
Em Israel não existe um dia próprio para as mães, mas sim um dia dedicado à família e nos países árabes, o Dia das Mães serve de homenagem também a todas as mulheres, em 21 de março.
Dizem que ser mãe é padecer no paraíso e nada retrata melhor esta frase do que o famoso poema de :
Cecília Meireles: “Vigília das Mães”:
“Nossos filhos viajam pelos caminhos da vida,
pelas águas salgadas de muito longe,
pelas florestas que escondem os dias,
pelo céu, pelas cidades, por dentro do mundo escuro
de seus próprios silêncios.
Nossos filhos não mandam mensagens de onde se encontram.
Este vento que passa pode dar-lhes a morte.
A vaga pode levá-los para o reino do oceano.
Podem estar caindo em pedaços, como estrelas.
Podem estar sendo despedaçados em amor e lágrima.
Nossos filhos têm outro idioma, outros olhos, outra alma.
Não sabem ainda os caminhos de voltar, somente os de ir.
Eles vão para seus horizontes, sem memória ou saudade,
não querem prisão, atraso, adeuses:
deixam-se apenas gostar, apressados e inquietos.
Nossos filhos passaram por nós, mas não são nossos,
querem ir sozinhos, e não sabemos por onde andam.
Não sabemos quando morrem, quando riem,
são pássaros sem residência nem família
à superfície da vida.
Nós estamos aqui, nesta vigília inexplicável,
esperando o que não vem, o rosto que já não conhecemos.
Nossos filhos estão onde não vemos nem sabemos.
Nós somos as doloridas do mal que talvez não sofram,
mas suas alegrias não chegam nunca à solidão de que vivemos,
seu único presente, abundante e sem fim.”
Geraldo Nunes, jornalista, escritor e consultor literário, é titular da cadeira 27 da Academia Cristã de Letras - ACL