Reinaldo Bressani
Dentro do meu peito há algo sagrado que me inspira e protege. Algo sutil qual um mantra a conduzir minha voz, meus gestos, minhas atitudes e meus passos. Algo que flui pela minha alma qual um vento forte e liberto, mas que se faz sentir com uma suavidade carregada de essências espirituais.
Dentro do meu peito, há algo maior do que o mundo que me rodeia. Algo denominado “fé”.
Fé que me faz acreditar que eu tenho a força, a prudência e o equilíbrio para caminhar pela vida, ocupando meu espaço em total harmonia e respeito ao mundo em que habito.
Em harmonia, não só com relação aos seres humanos, mas com todos os demais seres e ambientes que, em seu conjunto, compõem a riqueza e a própria vida deste nosso mundo... deste nosso planeta.
Fé, que abre meus olhos à dimensão enigmática sintetizada nos detalhes retumbantes contidos numa simples flor, ou, na meiguice de um sorriso brotado dos lábios de uma criança, ou, ainda, de um abraço - verdadeiro e fraternal.
É que, a fé, em si, é vento que viaja pelo cosmos sem deixar o ninho que a abriga: o nosso peito.
Destarte, um avivado enigma do sagrado que dá sentido aos nossos sentimentos cristãos.
Sentimentos governados tanto pela razão, quanto pelas incógnitas jamais reveladas pelo universo.
Sentimentos governados, em especial, pelas carícias sopradas pelos mistérios abrigados nos recônditos da própria fé.
Como entender isso?
Essa energia que perfuma nossos sentidos em conexão com o extraterreno? Com o espiritual?
Só mesmo pela luz que nos traz a própria fé, a qual emana de uma força maior que nos poliniza a alma e condimenta a vida com a leveza e o multiplicar de graças vindas do alto e, simplesmente, se espalma sobre nós.