Lázaro Piunti
Tempos difíceis! Aborrece-me ver o agigantamento das ideologias, em detrimento da difusão educacional.
O Ensino está ferido, maltratado, submetido ao suplício ideológico.
No Brasil os índices de empobrecimento da linguagem no Ensino Médio são deploráveis. Todos (dispenso o “todas”) têm o direito em cultuar sua ideologia – porém, não ignorem suas prerrogativas profissionais. Há um pugilo de professores interessados na promoção da política partidária e esquecidos do compromisso intrínseco de ministrar o Conhecimento. Esquecidos? Na verdade, muitos deles sequer conhecem a Análise Sintática, são primários no linguajar e sofríveis na comunicação escorreita do vernáculo.
Poucos sabem empregar os Pronomes. Energúmenos! Para esta categoria, os Pronomes (do Caso Reto e Oblíquo), soam como heresia. Aliás, saberão suas diferenças? Heréticos! Evidentemente há exceções, como é óbvio. Existem professores decentes, instruídos, idealistas. Amam o que fazem e dão o máximo de si no exercício da profissão. A estes, o nosso profundo respeito e imenso apreço. Porém, aos autodenominados “politicamente corretos”, a nossa desaprovação. O compromisso maior deve ser com os ALUNOS. E todo profissional da Educação tem por dever preparar o Discípulo, enaltecer a Cátedra e esmerar-se na ampliação da sua própria sapiência. Bem disse RUI, no antanho: “enquanto os meninos julgam-se sábios, os sábios não passam de meninos". Em tradução livre, RUI BARBOSA sugeria modéstia no exercício da missão professoral. E humildade aos aprendizes, em sua natural volúpia adolescente.
Infelizmente, as desgraças contemporâneas não se restringem apenas ao magistério. As múltiplas Faculdades de Direito, salvo exceções à regra, produzem em série bacharéis de formatura. Onde ficou a formação? Mais preocupante é o que se labora nas áreas das Ciências Médicas! Há “doutor em medicina” receitando medicação mediante mera consulta à internet. Evitam o contato físico com o paciente e nos consultórios mal pronunciam um cumprimento formal ao consulente. Escondem-se, sem pruridos, por trás do laptop. Dou uma pausa por cá, certo das acusações que virão. Serei taxado de “retrógrado” e ultrapassado! Desferirão contra mim o dardo ferino reservado aos octogenários. Assim, finalizo. E lanço uma praga aos ignorantes: sejam exorcizados em vida pelos Pronomes. Que eles os façam reféns da própria e falseada maldição intelectual.