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A quebra de propósitos e paradigmas do objetivo motivador da criação da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte), que visa, basicamente, a defesa mútua de seus membros contra eventuais inimigosReinaldo Bressani 3ab56 comuns, nestes 70 anos decorridos desde sua fundação em 1.949, deixa uma ferida exposta que faz sangrar suas ideias e desígnios, inviabilizando ações propugnadas pela OTAN. É que, a gangorra do poder econômico/militar, naturalmente, subjuga os propósitos primários daquela Organização, impondo-lhe um antagonismo que, não raro, leva a alterações do cenário hegemônico. Por outro lado, ideias de fortalecimento do chamado Poder Nacional (neste caso, o poder de cada um de seus entes), em oposição àquele denominado de Poder Comum (idealizado por decorrência da ideia de Força Concentrada, exatamente o objetivo da criação da OTAN), vêm minando sua estabilidade, além da própria concentração de força.

Interesses voltados ao controle dessa centralização de poder, tanto quanto, do viés econômico, das ingerências voltadas à política de expansões territoriais levadas a efeito através de ações beligerantes, inclusive com a formação de novas alianças paralelas a da própria OTAN, vêm criando instabilidades cruciais aos compromissos firmados na Carta de Aderência ao Acordo, e um consequente enfraquecimento do mesmo.

Instabilidades, além da inoperosidade efetiva da aliança propugnada, igualmente, vêm criando desgastes a ponto de o Órgão, ser já, tido como obsoleto, não obstante o aumento da Aliança.

Esse paradoxo decorre ainda da discordância em face dos percentuais contributivos de cada participante, fator de permanente discórdia decorrente da percepção de não comprometimento à causa. Também a guerra (fria, podemos afirmar) diplomática/militar em razão da condição de cada ente hegemônico, atua opondo Estados Unidos, França e Rússia, numa quebra de braços que repercute negativamente no fluir dos propósitos daquele Tratado (OTAN).

Daí, conclui-se que, não obstante o estabelecido no Tratado firmado no período do pós-2ªguerra, visando o fortalecimento a eventual enfrentamento aos inimigos comuns que se dispusessem ou se disponham confrontar belicamente qualquer membro signatário, a verdade nos mostra que o tempo opera mudanças de posturas, levadas a antagonismo e dissensos face às vontades e/ou disposições que cada player desenvolve quando se lhe oferece a oportunidade de se tornar o hegemon dentre os demais players.

Destarte, o jogo de interesses, ao passar do tempo, mais as mudanças de cenários, transcende o valor da palavra firmada no Acordo, levando a desvios que transformam os mesmos cenários, potencializando novas forças de domínio e o consequente estabelecimento de nova situação hegemônica.

É, por assim dizer, quase que uma força natural a reger povos e nações, para o bem ou para o mal. Para sua evolução ou para uma autodestruição.

Apesar de tudo, tudo faz parte da condição do homem, face sua condição de ser naturalmente um ser gregário e, por via de consequência, sua busca por segurança, o que lhe impõe submissão a regramentos e àquela figura do hegemon que, no cenário macro da universalidade das nações, impõe-nos a necessidade de figuras qual a da OTAN.

Neste contexto da Geopolítica Global, tornou-se imperioso que o Brasil se armasse de estratégias sólidas e eficazes em razão de suas Relações Internacionais.

A par disso, e atenta a essa engrenagem que move o PODER entre as nações, a ESG (Escola Superior de Guerra), por seus pensadores e estrategistas, captou o fato de que, para se ter autonomia relativamente à capacidade de império do homem e, por consequência, de REAL PODER, haveria a necessidade de aprimoramento do PODER NACIONAL (militar), conjugado à gênese dos Objetivos Nacionais formulados pela Política, na formulação de seu Bem Comum.

A partir daí a ESG passou a ordenar seu instrumental voltado ao fortalecimento do tal Bem Comum (universo de fins em face aos interesses da Garantia da Soberania Nacional).

Razão pela qual, buscou os conhecimentos necessários voltados a dar substancial caráter ao chamado Bem Comum, o qual funda-se em dinâmicas de ações voltadas à felicidade da Pessoa, sob condições agregadas pelo cerne da Moralidade e também das estratégias pensadas pelos estudiosos da ESG.

Reinaldo Bressani - Cadeira nº 15 da ACL