A evolução da ciência tem propiciado à espécie humana o prolongamento da vida. Enfermidades que outrora apressavam o encurtamento existencial passaram a ser curadas e os seres humanos ganharam anos ou mesmo décadas em sua peregrinação terrena.
O importante, porém, é viver com boa qualidade de vida. Entretanto, a pessoa na idade provecta, obviamente, carrega suas fragilidades físicas.
É notória a sua vulnerabilidade e naturais suas limitações!
O pior, com certeza, na fase derradeira da vida, é o preconceito imposto ao idoso.
Desse tema se ocupou com extrema propriedade o renomado cientista norte-americano Robert N. Butler, pioneiro no estudo do ageismo e do etarismo. Ao criar o departamento de Geriatria, como doutor em psiquiatria e gerontologia, o festejado cientista nova-iorquino teve a percepção do quanto é cruel a prática do ageismo na sociedade.
Em outras palavras: a falta de paciência com os idosos! Na análise do etarismo ele denunciou o preconceito contra qualquer grupo etário – assim como o “adultismo”, que é o preconceito contra o adolescente!
Presentemente, há correntes de opinião que, aparentemente parecem discordar dos ensinamentos do celebrado doutor Butler, ensejando interpretação diversa. Buscam estas vozes, responsabilizar políticos e governos como únicos responsáveis pela falta de compaixão com os idosos! E cobram, sem cerimônia, uma melhor “Cultura do Cuidado”.
Incoerentes!
Quando se sabe, que elas próprias, salvo exceções raras, menosprezam os seus entes queridos, renega-os, quando não os maltrata. E, por vezes, os ameaça com o exílio forçado da transferência para “casas de repouso”, que, em última análise, são os asilos assim modernamente denominados!
Espanta-nos e nos enojam ouvir algumas vozes proclamando a existência de “discursos de ódio” de “autoridades passageiras”, quando elas próprias, no recesso dos seus lares, destilam gestos de ingratidão aos seus familiares!
Os idosos, indefesos, nesse caso, não são vítimas do descaso das instituições públicas. Mas, isto sim, são vítimas indefesas da surda maledicência - anônima e escondida – perpetrada em família – cujos agressores se revestem de ignominiosa hipocrisia! No silêncio do seu egoísmo abjeto!