Atualmente, são muitas as carências do Brasil no campo da educação. A grande maioria de nossas crianças já não conseguem mais terminar, na idade adequada, os primeiros oito anos de escolaridade.
Centenas delas repetem a mesma série, muitas vezes. Uma grande parte segue nos seus estudos, acumulando gravíssimas deficiências. Por exemplo, os analfabetos funcionais são criaturas que lêm. Contudo não entendem o que leram e temos aqueles que não sabem fazer as operações mais simples de aritmética.
Essa lamentável situação conflita com a necessidade existente da adoção de um desenvolvimento sustentável ao país e da população.
Não obstante, cada vez mais, atualmente, o mercado de trabalho do Brasil é muito rigoroso e exigente. Para o conceituado Prof. José Pastore, perto de 98% das vagas exigentes no mercado de trabalho das regiões metropolitanas da Nação têm sido preenchidas por trabalhadores com, no mínimo, onze anos de escola.
Um dos maiores empresários do Brasil de todos os tempos, o saudoso Antônio Ermírio de Moraes, reiteradamente, assinalava a imprescindibilidade do atendimento dessas exigências e a ênfase especial e prioritária à boa educação.
Um dos exemplos mais citados era a situação da China, que forma, nos dias atuais, em torno de 500 mil engenheiros a cada ano, 100 mil professores e 10 mil doutores.
O Professor Miguel Reale sentenciava, nas suas aulas, citando o seu notável saber: “A maior crítica que faço às autoridades educacionais é a criação inexplicável de precários estabelecimentos do ensino superior”.
Novamente, mencionando o industrial, Antônio Ermírio de Moraes, há um ditado chinês que assevera: “Se você deseja um ano de prosperidade, cultive grãos. Se você quer dez anos de prosperidade, cultive árvores. Se você deseja cem anos de prosperidade, cultive gente”. A China está, indubitavelmente, nos dias fluentes, seguindo a recomendação, à risca.
Uma questão é incontestável. A inteligência no seu primado veio para ser eterna. No início da década de 1960, os chamados Tigres Asiáticos já tinham matriculado no escola primária toda a sua população, dez anos depois a secundária.
Somente os países, que investem fortemente em educação, alcançam o patamar do primeiro mundo. Rui Barbosa, o maior jurista brasileiro de todos os períodos, nos seus famosos pareceres, abordava de maneira clara e objetiva no tocante à absoluta relevância da educação para a prosperidade da Nação brasileira. “É a melhor forma de superarmos a miséria”, aduzia.
Outra realidade catastrófica é que a escolha da profissão de professor está cada vez mais em declínio, devido à ridícula remuneração e precárias condições de trabalho, ineficiente apoio didático e inexistentes bibliotecas.
Ademais, gasta-se, excessivamente, com o ensino superior e muito pouco com a educação primária.
O ex-presidente americano, Barack Obama, afirmara diversas vezes que a educação de qualidade mundial era pré-requisito para o efetivo sucesso de qualquer país: “Countries that out-educate us today will out-compete us tomorrow”.
Joe Biden, atual dirigente máximo dos EUA, conforme o ex-ministro da Fazenda Brasileiro, Pedro S. Malan, divulga estudos de grandes universidades do seu país, mostrando que acrescentar dois anos de educação de alta qualidade para cada criança de 3 e 4 anos de idade, torna-as capazes de competir ao longo dos 12 anos subsequentes e melhorar, exponencialmente, as suas perspectivas de graduação posterior.
* Presidente da Academia Paulista de História (APH)
Diretor Presidente da União dos Juristas Católicos de São Paulo (UJUCASP)
Fevereiro de 2024