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1a TERTÚLIA DA SAUDADE - - 20 DE ABRIL DE 2021 (TERÇA-FEIRA)

HOMENAGEM AO DR. HUGO BEOLCHI JÚNIOR - FUNDADOR DA CADEIRA Nº 30, DA ACADEMIA CRISTÃ DE LETRAS,

Apresentação de Rosa Maria Custódio

Boa tarde, queridos amigos!
É uma alegria estar aqui com vocês, neste dia especial, de homenagem ao fundador da Cadeira Nº 30, da Academia Cristã de Letras, Dr. Hugo Beolchi Júnior. É uma alegria e uma honra contar com a presença de D.ª Sônia Palma Beolchi, digníssima esposa do médico, escritor e poeta, de seus filhos e outros familiares.

Graças à feliz iniciativa de nosso Presidente, Helio Begliomini, com a inauguração das Tertúlias da Saudade em nossa Academia, surgiu em meu coração a vontade e a necessidade de restabelecer o contato com D.ª Sônia Palma Beolchi e seus filhos. Felizmente, o número de telefone que eu guardei há mais de 12 anos, continua ativo. Assim, para minha surpresa e satisfação, o contato se renovou. Um novo painel, mais bonito e vibrante, surgiu diante de meus olhos, com o histórico mais completo da vida e obra do médico, escritor e poeta, acadêmico e homem público, Dr. Hugo Beolchi Júnior!

Sou grata à D.ª Sônia Palma Beolchi que, junto com seus filhos, respondeu meu extenso questionário. As informações que nos faltavam vieram como pinceladas de poesia, para dar mais vida e beleza ao acervo e memorial da ACL, pois serão incluídas na Biografia de nosso querido e imortal acadêmico Hugo Beolchi Júnior, assim como seu valioso e mais completo Curriculum Vitae!

Iniciemos, pois, essa apresentação relembrando alguns dados biográficos de nosso homenageado nesta Tertúlia da Saudade:

Hugo Beolchi Júnior nasceu em Cedral, Estado de São Paulo, em 06 de maio de 1928. Filho de Dr. Hugo Beolchi e Dª Ignez Milani Beolchi.

Em 1939, concluiu o curso primário no Grupo Escolar de Cedral. Em 1946, concluiu o curso secundário no Colégio Ateneu Paulista, em Campinas, onde foi aprovado com distinção e agraciado com a “Medalha Honra ao Mérito”.

Hugo Beolchi Júnior iniciou o curso de Medicina em 1948, na Escola Paulista de Medicina. Em 1953, formou-se, com distinção, em Clínica Geral e foi o orador de sua turma.

Especializou-se em Cirurgia Geral e continuou estudando e se atualizando. Sua participação acadêmica, ao longo dos anos, foi intensa. Colaborou em vários Cursos, Teses de Doutorado e Livre-Docência.

Hugo Beolchi Júnior participou de Jornadas Médicas, Fórum de Debates, Simpósios e Congressos Médicos, em muitos dos quais apresentou seus trabalhos.

Além de se dedicar à medicina, atuou em outras áreas, principalmente na Literatura, na qual se destacou como orador e poeta.

Foi membro atuante da Academia Cristã de Letras, sócio titular da Sociedade Brasileira de Escritores Médicos, membro do Pen Clube do Brasil, Conselheiro efetivo do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo, e representante oficial da Classe Médica, em inúmeras solenidades, como orador e conferencista. Participou de concursos literários, recebeu prêmios, medalhas de ouro, menções honrosas.

Hugo Beolchi Júnior foi casado com Sônia Palma Beolchi, com quem teve oito filhos, quatro homens e quatro mulheres: João Batista, Mônica, Mirta, Mayla, João Antônio, Melissa, João Paulo e João Luiz, nessa ordem. Sublime e inspiradora é a história do casal Hugo e Sônia Beolchi, que durante 41 anos edificou uma união que é exemplo de companheirismo, trabalho, dedicação, perseverança e muito amor.

Em seu belo relato, sobre os pais, Mônica diz: Eles viveram de mãos dadas, muitas vezes com um sorriso profundo de paz, outras vezes dividindo lágrimas e preocupações, sempre com uma decisão firme, que independia do afeto do momento presente, de serem um o suporte do outro. Essa característica ficou marcada nos filhos que, conscientes de todos os esforços que a vida faz para separar as pessoas, se empenham em derramar bondade e generosidade em seu caminho pessoal e conjugal, a fim de colherem os mesmos frutos que os pais - porque o bem que é feito aos demais sempre volta para quem o faz. Lição aprendida desde cedo.

Mônica, com o mesmo carinho e sabedoria, fala de sua mãe e de seus irmãos, ao rememorar a presença do pai em suas vidas:

Sônia sempre foi sua maior incentivadora; através de seu trabalho silencioso e amoroso criava, com sua engenharia intuitiva, espaços de tempo muito favoráveis para que o marido pudesse deixar fluir a poesia que tinha dentro e plasmá-la no papel manuscrito. Muitos desses papéis são hoje as melhores lembranças dos filhos, um pouco do pai impresso nos corações, em uma caligrafia que segue orientando seus destinos e escolhas.

João Batista, Mayla, João Antônio e João Luiz, advogados; Mirta e João Paulo, médicos; Melissa e Mônica, professoras. Essas profissões escolhidas pelos filhos são uma síntese da personalidade do pai: um homem justo em todos os sentidos – consigo mesmo, com o próximo e a sociedade. Um homem que nasceu para cuidar e sanar, alimentando seu coração e os corações dos demais com a poesia heroica do dia a dia, verso a verso, muitas vezes no pequeno e no anônimo, mas sempre de forma gradual.

Mônica fala do pai e sua poesia, de sua alma e missão...

Em seus inúmeros poemas, muitos deles contando sobre o coração do médico, outros tantos contando sobre o coração de pai, muitos outros falando sobre afeto, sempre existe a clara impressão de que a poesia existente na alma desse artista ultrapassava os traços do seu tinteiro. Não era um ser humano com coração de poeta, mas um poeta que andava e multiplicava seus versos a cada encontro interpessoal e deixava marcado nas pessoas essa nova forma de olhar o mundo, através da pureza e da delicadeza da alma.

Sempre teve muito clara a missão de sua vida: cuidar, curar, sanar, através da escuta atenta e amorosa, através do correto remédio. Seu consultório, sempre cheio de pacientes, era a antessala do diálogo pessoal profundo, que ele era capaz de conduzir de forma a entender a dor através da qual a doença se manifestava. Falava sobre a dor. Identificada a dor, e o paciente recebia a alforria interna pessoal para cuidar de seu tratamento de forma integral.

Mas a vida, em seus desígnios misteriosos, impõe mudanças no cenário e script de nossas existências...

Em 1994, aos 66 anos, Hugo Beolchi Júnior foi submetido a uma cirurgia de coração e passou a usar ponte de safena. A partir daí, se viu obrigado a fazer mudanças em sua vida. Foi passar um tempo no sítio da família, em Termas de Ibirá, onde iniciou uma nova e importante fase de sua vida. Com o passar do tempo, atendendo gratuitamente as pessoas mais pobres e simples da região, descobriu, dentro de si a energia franciscana do amor e da caridade. E acabou, naturalmente, se envolvendo na vida política local. Foi o vereador mais votado nas eleições do ano 2000. Por seu trabalho na vida pública, recebeu prêmios e homenagens. Em 2007, submeteu-se a uma nova cirurgia, mas não resistiu. Faleceu neste mesmo ano, em15 de novembro, aos 79 anos.

Mônica, com sua escrita primorosa, relata a dor que todos sentiram:

O falecimento do pai abriu um espaço de tamanha saudade que a família reunida precisou de mais de uma semana em silêncio e retiro, para reelaborar a vida sem ele. Foram dias de muitas lágrimas.

No funeral e velório, amigos, conhecidos e admiradores, faziam longas filas para o último adeus. O jovem Padre, Carlos Franquini, amigo da família, disse, com palavras sentidas e comoventes, com voz serena e lágrimas que lhe caíam pelo rosto: “Dr. Hugo, o senhor foi uma pessoa que sempre atendeu e cuidou com gratuidade das pessoas mais esquecidas pela sociedade, os pobres, os doentes, os marginalizados... Agora, que o senhor vai entrar no céu, lá será recebido com grande honra por esses mesmos pobres, doentes e marginalizados que estão na grande glória de Deus.”

Depois desse saudoso e emocionante relato, que avivou em nossos corações a presença de Hugo Beolchi Júnior, nosso poeta imortal, fundador da Cadeira N.º 30 da Academia Cristã de Letras, convido-os a contemplarem, com alegria fraterna, as fotos que recebi de sua esposa e filhos.

Antes, tenho o prazer de comunicar-lhes que D.ª Sônia Palma Beolchi (nascida em Ribeirão Preto, em 1946), depois do falecimento do amado marido, decidiu seguir o caminho pavimentado por ele: candidatou-se ao cargo de Vereadora no município de Ibirá em 2008. Foi eleita e atualmente cumpre o seu quarto mandato!

Meus sinceros agradecimentos a todos os amigos e conhecidos que estiveram conosco nessa Primeira Tertúlia da Saudade! Aceitem o meu abraço fraterno e meus melhores desejos de Paz, Alegria, Amor e Prosperidade.

helio b jr 17988Hugo Beolchi Júnior

h b jr e esposa c20cfHugo Beolchi Júnior e Sonia Palma Beolchi

h b jr e esposa filhos 201deHugo Beolchi Júnior, com Sônia e os filhos João Batista, Mônica, Mirta, João Antônio, Melissa, João Paulo e João Luiz - (Mayla não pode estar presente no dia desta reunião da família).