ATA DA REUNIÃO ORDINÁRIA DA ACADEMIA CRISTÃ DE LETRAS (25/06/2003)
(Eleição e preenchimento das Cadeiras 21 e 27)
Realizada aos vinte e cinco dias do mês de junho de 2003, às 16 horas, em sua sede própria, à Rua Doutor Carvalho de Mendonça, nº 203 nesta Capital de São Paulo, conforme correspondência de dois de junho passado, enviada em cópias a todos os acadêmicos. De acordo com o número de confrades que assinaram o Livro de Presenças, em número legal, os trabalhos foram abertos pelo acadêmico Presidente Adolfo Lemes Gilioli, tendo como Secretário Walter Rossi. Atendendo a solicitação do presidente, o acadêmico Antônio Lafayette Natividade Silva leu a Oração de São Francisco de Assis, patrono da Academia Cristã de Letras. Não foi lida a Ata da reunião anterior por ausência do Livro próprio. Ordem do Dia: 1- Ecos da magnífica reunião da ACL, em Itu, em 15 de abril passado. 2- Repercussão da belíssima solenidade de posse do confrade Pe. Roque Schneider ocorrida a 13 de maio passado. A TV Rede Vida apresentou no dia 30 daquele mês, às 20:00 horas o vídeo do acontecimento. 3- Detalhes para a posse da acadêmica Débora Novaes de Castro, marcada para as 15:00 horas do dia 09 de agosto, na Biblioteca Mário de Andrade, à Rua da Consolação, nº 94, Centro. 4- Relatório do Confrade Tesoureiro Hélio Begliomini. 5- Relatório do Confrade secretário Walter Rossi. 6- Presença da Academia Cristã de Letras em Itápolis, em Lins, em Campinas e na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, por ocasião da festa da Comunidade Portuguesa, programada pelo confrade José Verdasca dos Santos, no dia 28 de abril passado. 7- Homenagem póstuma ao querido acadêmico Divaldo Gaspar de Freitas. 8- Reinauguração da Galeria de Fotos dos ex-Presidentes. 9- Reativada, após oito anos, a Conta Poupança da ACL no Banco Itaú. 10- Manifestações outras dos senhores acadêmicos. 11- Eleição dos candidatos às cadeiras nº 21 e nº 27 e decisão sobre os pedidos de ingresso na Academia, conforme propostas de Oziris Silva e Paulo Monteiro de Barros Filho. O confrade tesoureiro Hélio Begliomini fez um minucioso relato da posição financeira relativa ao pagamento das anuidades. Há três cadeiras vacantes de três acadêmicos que não tomaram posse, além de algumas correspondências que voltaram por motivo de mudanças de endereços, mas que está envidando esforços para localizá-los. Fez o primeiro depósito na conta Poupança do Banco Itaú, reativada nº 0349-25949-9/500, da Av. Brigadeiro Luiz Antonio, nº 0349. O confrade Walter Rossi leu a correspondência e acusou o recebimento dos jornais que noticiaram a posse do confrade Pe. Roque Schneider e, em especial ao Suplemento Cultural da Associação Paulista de Medicina, onde é destacado excelente artigo do confrade Hélio Begliomini. Informou ainda que em diligência a determinado departamento da Prefeitura Municipal a cobrança do IPTU está sendo exigida, tendo em vista a não continuidade do pedido de isenção do imposto desde 1993, embora sendo Entidade de Utilidade Pública. Trouxe os formulários próprios para aquele pedido e os quesitos exigidos para sua aprovação, mas que vai ser muito difícil, tendo em vista a falta de alguma documentação. Com a palavra o confrade Afiz Sadi, primeiramente cumprimentou a confreira Mariazinha Congílio pelo lançamento e entrega, a cada acadêmico presente, de um volume de seu livro “Sabor de Vida”, em seguida leu a homenagem póstuma que prestou ao saudoso acadêmico Divaldo Gaspar de Freitas e que transcrevemos anexo. Procedida a votação dos candidatos às cadeiras nº 21 e nº 27 e, tendo como Apuradores dos votos Antônio Lafayette e Carlos Rollim Affonso, constatou-se a presença de 16 votantes, apresentando o seguinte resultado: 16 votos para Ozires Silva e 16 votos para João Monteiro de Barros Filho, eleito por unanimidade, eleitos por unanimidade. Finalmente procedeu-se a reinauguração da Galeria de Fotos dos ex-Presidentes, tendo o presidente Adolfo Lemes Gilioli convidado o confrade Hélio Begliomini a acompanhá-lo, por ter sido ele o idealizador e responsável pela realização e envidado todos os esforços para conseguir as 13 fotos dos ex-Presidentes. Hélio Begliomini informou que a 1ª Galeria foi feita em 04-10-1983 e adotado nesse dia, de São Francisco, o Dia do Poeta da Academia Cristã de Letras. Discorreu depois sobre todos os ex-Presidentes, como por exemplo, Benedito Rodrigues Aranha, que exerceu o cargo somente por quatro meses, José Pedro Leite Cordeiro, por dois meses, Alcindo Brito faleceu durante sua gestão. Por último, encerrando a reunião, falou o presidente Adolfo Lemes Gilioli que agradeceu a presença de todos e ofereceu um café com biscoito a todos.
Homenagem póstuma ao saudoso acadêmico Divaldo Gaspar de Freitas, pelo confrade Afiz Sadi:
“Na data de 25 de maio de 1989, como presidente desta Casa, tive a honra de recepcionar meu dileto amigo Divaldo Gaspar de Freitas na sua posse como titular da cadeira 21, sucedendo a Gastão Pereira da Silva, seu fundador e tendo como Patrono Sigmund Freud. Jamais poder-se-ia traçar o perfil de Divaldo nesses poucos minutos à sua homenagem póstuma. Para aqueles que não o conheceram, eu diria que foi médico nascido em Piracicaba; formado na Universidade de Coimbra, Portugal, e um intranquilo intelectual. Por sua sugestão, fundamos em 1987 a Biblioteca de História da Medicina na Escola Paulista de Medicina (Unifesp), doando os primeiros 200 títulos para a construção da mesma e anexando-a à Reitoria da Universidade. Dez anos depois, ao nosso desligamento da Diretoria da Biblioteca, nela constavam mais de 3ooo volumes. Sobre o Divaldo, era um jovem na originalidade de tudo que fazia ou propunha fazer. Trabalhador indômito, linguística de escola, crítico construtivo, incentivador invejável, perquiridor incansável, Conferencista de alto coturno, historiador, publicou vários trabalhos, como as biografias de Marquês de Pombal, de José Picanço, o primeiro médico nomeado à corte no Brasil, de Bartolomeu Lourenço de Gusmão, de Pedro Álvares Cabral, entre outros, como Emudecem os rouxinóis de Mondego. Divaldo foi membro do Instituto Histórico e Geográfico em São Paulo, da Academia de História de São Paulo, da sociedade Brasileira de Escritores Médicos, além de uma série de outras instituições nacionais e estrangeiras. Conheci-o no início de 1970, quando juntos trabalhamos nessa última sociedade e, em seguida por mais de dez anos, diariamente na Biblioteca de História da Medicina. Brasileiro de Piracicaba, amante de Coimbra, no seu atavismo dividia-se no seu amor à terra mãe e à profissional da filha:
“Duas pátrias eu tenho. E cada qual mais bela.
O meu amor a esta exalta o amor daquela.
E nem isto pareça estranho ou maravilha;
Na filha amar-se; na mãe rever-se a filha
E mais: sendo dos dois a nobre pátria mãe
A linda pátria filha é minha irmã também.”