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ATA DA SESSÃO ORDINÁRIA DA ACADEMIA CRISTÃ DE LETRAS (25/02/1992)

Aos vinte e cinco dias do mês de fevereiro de mil novecentos e noventa e dois, realizou-se, às 18 horas, na sede da Academia Cristã de Letras, Rua Carvalho de Mendonça, nº 203, nesta capital, a Sessão Ordinária da Academia Cristã de Letras, presidida pelo acadêmico Roberto Machado Carvalho. Compareceram os seguintes acadêmicos: Roberto Machado Carvalho, Hugo Beolchi Jr., Silvio Marone, J. B. Silveira Peixoto, Loren Maldonado, Renato Báez, Adérito Calado e o membro honorário Antônio Sanchez Maldonado. Dando início aos trabalhos, o sr. presidente comunicou que aquela era a primeira Sessão Ordinária da Academia, na gestão da nova diretoria, empossada em 12 de dezembro passado, e por esse motivo justificava não haver Ata para ser lida. Disse ainda que, praticamente, a Academia não teve recesso, paralização em suas atividades, pois a diretoria foi convocada para reuniões nos dias quinze de janeiro e cinco de fevereiro. Dando prosseguimento, o sr. presidente fez as seguintes comunicações: sobre a situação financeira da Academia, disse que a carta-circular enviada em janeiro aos senhores acadêmicos, membros honorários e membros correspondentes, estava surtindo efeito, pois doze acadêmicos, um membro honorário e um membro correspondente, no total de quatorze, até aquela data, e compreendendo desde logo o problema, enviaram contribuições voluntárias, sendo um mínimo de vinte mil cruzeiros, conforme decisão da diretoria; até a data daquela sessão, as importâncias somavam um total de trezentos e quarenta e cinco mil cruzeiros. O sr. presidente acrescentou que dessa forma estava reativando a conta poupança no Banco Itaú, Agência Brigadeiro Luiz Antônio, nº 324 e tomando as providências para a reabertura da conta corrente na mesma agência. Ainda sobre o assunto, elogiou o último balancete da diretoria anterior, elaborado pelo ex-tesoureiro, o acadêmico Genésio Cândido Pereira Filho; nele está relacionado o montante do débito da Academia, que acabou sendo zerado dada a transformação, autorizada por alguns acadêmicos credores, em doações. Por último, o sr. presidente disse das despesas da Academia no ano corrente e até aquele momento, isto é cento e quarenta e cinco mil cruzeiros para obras de reparos na fachada do prédio-sede, setenta e seis mil, quatrocentos e cinco cruzeiros para pagamento do Imposto Predial (IPTU), primeira parcela, e a reserva de quarenta e cinco mil cruzeiros para despesas com o expediente da secretaria. Efetuadas as citadas despesas, disse o sr. presidente que, até aquela data, o saldo em poupança era de seiscentos e trinta e dois mil, duzentos e oitenta e sete cruzeiros. Tratando de outros assuntos, o sr. presidente colocou em discussão o problema do horário das sessões; foram apresentadas duas sugestões para efeito de experiências: num sábado do mês, a ser determinado, às 15 horas, na sede social e num horário de almoço, isto é, a sessão às 11,30 horas, seguido do almoço. A solução ficou dependendo das citadas experiências. Foi levantada ainda, a questão dos Pareceres das Comissões criadas para formular um anteprojeto dos Estatutos, considerando sua reforma e para analisar o currículo da candidata Carmem Pazzanese. Em relação aos Estatutos, a presidência deu um prazo de sessenta dias, e quanto ao parecer da candidata, o prazo encerra-se no próximo dia onze de março. Outro assunto ventilado foi a posse marcada para o dia 26 de março, da candidata eleita Elisabeth Loibl. Como naquela data completa-se um ano da eleição, os senhores acadêmicos acharam por bem não prorrogar mais o prazo e caso a candidata não se apresente para a posse no dia e mês estabelecido, perderá o direito à vaga, a qual será reaberta para uma próxima eleição. Ainda na parte administrativa, o sr. presidente apresentou um Plano de Atividades da Academia para o ano de mil novecentos e noventa e dois, que será encaminhado aos senhores acadêmicos. Passando para o ponto cultural da sessão, o sr. presidente lembrou a passagem do centenário de nascimento dos eminentes paulistas e brasileiros; jornalista Júlio de Mesquita Filho, educadores Sud Mennucci e Carolina Ribeiro, constituinte de 33, e Carlota Pereira de Queiroz e o escritor e poeta Menotti Del Picchia. Para falar sobre a vida, obra e personalidade de Júlio de Mesquita Filho, foi dada a palavra ao distinto acadêmico José Benedito Silveira Peixoto. Discorrendo fluentemente e com o brilho que lhe é peculiar, o acadêmico Silveira Peixoto apresentou um magnífico depoimento sobre o ilustre jornalista e ao final recebeu calorosos aplausos que bem premiaram o alto nível do trabalho exposto e que deverá ser publicado. Em seguida, o acadêmico Hugo Beolchi Jr. solicitou a palavra para enaltecer o brilhantismo da palavra de Silveira Peixoto e propôs, então, a aquisição, pela Academia de um aparelho gravador, de grande utilidade, disse o orador, para formar na Academia uma coleção de depoimentos, um museu do som. Sugeriu ainda, que o ilustre conferencista desenvolva um curso, promovido pela Academia, sobre sua vivência com os acontecimentos dos idos da Revolução Paulista de 1932. De imediato, a presidência e os acadêmicos concordaram com a sugestão; foi proposto o período de junho a setembro do corrente ano para sua realização. O acadêmico Silveira Peixoto agradeceu o convite, dizendo que uma das preleções será sobre o notável tribuno Ibrahim Nobre, autor do famoso poema publicado na antiga A Gazeta, intitulado “Minha Terra, minha Pobre Terra”. O sr. presidente sugeriu a impressão do poema para ser distribuído por ocasião do curso. Prosseguindo o sr. presidente solicitou sugestões sobre as comemorações do Jubileu de Prata da Academia, no próximo dia 14 de abril. Ficou estabelecido que as comemorações poderão avançar até o final do ano e como propostas já ajustadas estão: a realização de um ciclo de palestras sobre Violência Urbana; um curso sobre 1932; uma sessão solene no dia dos vinte e cinco anos de fundação, que será lítero-musical e a inauguração do retrato do sr. presidente Afiz Sadi na galeria dos ex-presidentes da sede da Academia, na sessão ordinária do mês de maio próximo. Ao encerrar a produtiva sessão, o sr. presidente, Acadêmico Roberto Machado Carvalho, agradeceu ao orador palestrante pela brilhante exposição sobre Júlio de Mesquita Filho e aos senhores acadêmicos que prestigiaram a sessão. Para constar, eu, Silvio Marone, secretário geral, lavrei a presente Ata que, após lida, discutida e aprovada, será assinada pelo presidente, secretário geral e acadêmicos.

São Paulo, 25 de fevereiro de 1992.

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